Nos tempos atuais, em que a palavra de ordem é ecologia, cuidar do meio ambiente e da sustentabilidade – assuntos que, para nós, entusiastas do mundo do automóvel e da reparação, são vitais –, o que chama muito mais a atenção, atualmente, é o carro elétrico.
Assistimos, atentos, aos movimentos do mercado, das montadoras e de seus novos modelos; porém, mantemos o foco especial nos modelos híbridos, que já ditam tendências e futuro, e parecem ser os grandes representantes de transição entre esses dois mundos.
Dependendo do seu sucesso ou não com o público, novas rotas podem ser traçadas pelos fabricantes. Esses motores possuem alta tecnologia embarcada, e precisam de profissionais capacitados e bem treinados para lidarem com sistemas eletrônicos de gerenciamento, e o mercado tem dificuldades em encontrar esse tipo de profissional.
Já com uma visão mais para o mercado de reparação, os olhares se voltam ao segmento que surge de forma tímida, mas que promete crescer muito nos próximos anos: o da conversão de veículos a combustão em elétricos. Aí, meu amigo, se você é reparador independente, ou seja, não está trabalhando na rede de assistência técnica de algum fabricante, a coisa começa a ficar bem mais real, toma corpo, chega perto…
Isso tem feito com que, cada vez mais, reparadores independentes, antenados sobre essa tendência mundial, tenham procurado capacitação para se preparar para esse mercado, visivelmente, em expansão. Porém, ainda nesse universo eletrificado, temos outro segmento que cresce paralelamente: o de veículos pesados.
Nesse, me refiro à frota nacional de caminhões e ônibus, importantíssima para a mobilidade, em nosso País. São veículos de alto valor agregado – o que torna mais difícil sua implantação rápida e sem certo cuidado estratégico. Graças a uma série de incentivos, como isenção de tarifas para a venda ou importação de peças para veículos elétricos e contratos de concessão, praticados entre instituições governamentais e empresas de transporte.
Para efeito de comparação, pesquisas indicam que a frota de ônibus elétricos quase que dobrou, na América Latina, nos últimos cinco anos. Quem puxa essa fila é o Chile, que tem a maior frota da região por investir pesado em políticas que visem aumentar a concentração dos coletivos sustentáveis, no país.
Segundo o monitor E-bus Radar, elaborado pelo Labmob, da Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Brasil ocupa o terceiro lugar no ranking dos Países com maior número de ônibus elétricos, já contando com seus muitos modelos trólebus para reforçar a lista – são cerca de 350 veículos. Apenas 8, dos 48 municípios, possuem veículos elétricos em circulação.
A cidade de São Paulo tem a maior frota. Campinas possui a segunda, e já realizou uma concessão para implantar mais 400 veículos elétricos, nos próximos anos. Inclusive, a cidade é sede da BYD, uma das principais fabricantes de elétricos, no País, de origem chinesa, e tem capacidade de produzir 700 unidades por ano. Além da BYD, no Brasil, ainda possui mais duas fábricas que produzem ônibus elétricos, a Eletra, em São Bernardo do Campo (SP), e a Volvo, em Curitiba (PR).
Agora, vamos pegar todos esses dados e pensar em mercado de trabalho, em quantidade de oportunidades de emprego para manutenção de frotas que esse movimento pode gerar, em um primeiro momento, dentro de empresas detentoras das concessões.
Outra frente muito importante, ligada à área técnica e que se originou desse movimento, foi a conversão de veículos a combustão em elétricos. A ideia parece ter caído na graça de grandes empresários, no País.
Em resumo, para quem tem interesse em entrar nessa área como reparador, trata-se de uma boa hora, já que muito ainda deve ser feito em relação aos motores a combustão que estão em operação, e demandam de investimentos devido aos controles de emissões, como o Euro 6.
Aproveitar essa janela de entrada pode ser uma excelente oportunidade para, além de se iniciar nessa área, ainda, acompanhar de bem perto e fazer parte dessa transição, sem volta, que é a eletrificação da frota mundial.
Bora?!