Depois de registrar queda no primeiro trimestre, a produção de motos manteve os sinais de recuperação em maio. No mês passado, foram produzidas 103.792 motocicletas no Polo Industrial de Manaus. O montante é 15,1% menor que o produzido em abril (122.220 unidades), mas no acumulado do ano o setor apresenta crescimento em comparação a 2020 e chega a níveis de 2019, período pré-pandemia.
“A queda no desempenho em maio já era esperada, pois uma associada suspendeu temporariamente algumas linhas de produção”, afirmou Marcos Fermanian, presidente da Abraciclo, referindo-se à Yamaha, que foi obrigada a paralisar algumas linhas por falta de componentes. No entanto, o executivo avalia que o volume de produção acumulado desde janeiro tem números bem próximos ao patamar registrado no período pré-pandemia.
No acumulado de janeiro a maio, a produção de motos somou 463.413 unidades, volume similar ao registrado em 2019, quando foram fabricadas 468.984 motocicletas. “No momento, as fábricas mostram uma curva de recuperação. No entanto, estamos apreensivos em relação ao ritmo do avanço da pandemia nos próximos meses”, avalia o presidente da Abraciclo. “É preciso acelerar o programa de vacinação para trazer tranquilidade na gestão das nossas fábricas”, completa.
Em relação à distribuição, o executivo afirma que as fabricantes estão regularizando a entrega de motocicletas gradualmente para as concessionárias. Muitos consumidores tem reclamado da demora na entrega de novas motocicletas, principalmente aqueles contemplados no consórcio – modalidade que responde por cerca de 30% na venda de motos no país. “O estoque ainda é baixo e acreditamos que, em poucos meses, conseguiremos normalizar a situação e acabar com a fila”, diz Fermanian.
Diante desse cenário, o executivo acredita que o mercado deve continuar aquecido nos próximos meses. A projeção da associação para este ano é produzir 1.060.000 motocicletas, alta de 10,2% na comparação com 2020.
Entretanto, o presidente da Abraciclo, mostra apreensão com o ritmo da vacinação no Brasil. “No curto e médio prazos, o cenário da indústria ainda está indefinido, principalmente por conta da pandemia que traz riscos como uma terceira onda e cidades em lockdown. É preciso acelerar o programa de vacinação para a retomada da economia.”, finalizou.