Reduzir os riscos de acidentes e aumentar a eficiência do atendimento às emergências são dois objetivos que caminham juntos no cotidiano da CCR, grupo que administra quase 4 mil km de rodovias em seis estados brasileiros. “Há uma série de ações desenvolvidas no dia a dia para que a viagem pelas nossas rodovias seja a mais segura possível. E, se acontecer qualquer problema, estaremos lá para socorrer”, diz o enfermeiro-coordenador da CCR ViaOeste, Juliano Souza, um dos convidados do Momento Mobilidade que foi ao ar na quarta passada para discutir a segurança nas rodovias, conversa conduzida pelo editor do Jornal do Carro, Tião Oliveira.
Juliano lembrou que há dois tipos de atendimento nas rodovias: os de trânsito, que envolvem danos apenas aos veículos e são a maioria, e os clínicos, que envolvem atendimento às vítimas de acidentes. “Nossas equipes de resgate são treinadas para atender as mais diversas ocorrências, inclusive as mais complexas, como quedas de ribanceira, pessoas presas em ferragens e acidentes com produtos perigosos”, descreveu o enfermeiro-coordenador da CCR ViaOeste.
Para oferecer aos usuários as melhores condições em suas rodovias, a empresa trabalha constantemente na manutenção. Num dia típico de trabalho, as equipes de conservação das rodovias administradas pelo Grupo CCR lavam, em média, 780 placas (e substituem outras 28), renovam a pintura de 18 km de faixas, fazem a manutenção de 33 sistemas de drenagem e recolhem 47 toneladas de resíduos, somando-se o lixo deixado pelos viajantes com as atividades de varrição, roçado e obras em geral. A rotina inclui, ainda, procedimentos de inspeção e correção de imperfeições no asfalto.
Outra frente essencial de atuação são as campanhas de conscientização dos usuários: lembretes constantes sobre não beber antes de dirigir, o uso do cinto para todos os ocupantes do veículo, a obediência ao limite de velocidade indicado, não usar celular ao volante, além de alertas sobre ocorrências na estrada à frente, como chuva, acidentes ou obras de manutenção.
A CCR investe constantemente em novas tecnologias, a exemplo dos drones, utilizados como ferramenta auxiliar de inspeção. Esses equipamentos ajudam a identificar eventuais anomalias em estruturas como viadutos e pontes, especialmente em pontos de difícil acesso, além de alimentar a base de dados para monitoramento da rodovia e contribuir em estudos para melhorar a fluidez do tráfego.
Um dos exemplos bem-sucedidos de aplicação dessa tecnologia resultou na abertura de uma alça para desafogar o trânsito da pista marginal da Rodovia Castello Branco para a pista expressa, com o objetivo de tornar mais livre o acesso do Rodoanel Mário Covas à rodovia. Foram as imagens coletadas via drone que forneceram os subsídios necessários à tomada de decisão.
As câmeras inteligentes também são grandes aliadas da segurança nas rodovias. Dotados de recursos de inteligência artificial, esses equipamentos identificam automaticamente e chamam a atenção para anomalias como uma colisão, um veículo parado em lugar indevido, um pedestre que atravessa um túnel ou qualquer outra situação de risco que eventualmente ocorra em rodovias. “São recursos que nos ajudam a salvar vidas, pois em todas essas situações o tempo de reação é fundamental”, observou Juliano. “Cada minuto após uma parada cardiorrespiratória diminui entre 7% e 10% as chances de sobrevida”, ele exemplificou.
Além de todas as ações em defesa da segurança, há também a preocupação em proteger o patrimônio dos usuários das rodovias. A CCR trouxe da Eslovênia uma tecnologia de destombamento de veículos pesados, composta por almofadas de baixa pressão divididas em: liftbags, responsáveis por destombar caminhões e ônibus, e catchbags, que amortecem o impacto sofridos pelos veículos ao serem erguidos. Com isso, o nível de danos resultantes do processo é consideravelmente reduzido.
O outro participante da conversa do Momento Mobilidade foi o “repórter das estradas”, palestrante e influencer Pedro Trucão, conhecido no meio dos caminhoneiros simplesmente como “Trucão”. Com 40 anos de vivência nas rodovias, ele lembrou que as concessões trouxeram um enorme ganho de segurança e conforto para os usuários. “Às vezes o pessoal até esquece como era antes. Rodovias com pista única, cheias de buraco, com sinalização precária e sem estrutura de apoio”, descreveu Trucão.
“Nas minhas palestras, quando aparece alguém reclamando de pedágio, eu sempre digo: coloca na ponta do lápis quanto você gasta de manutenção rodando em rodovias concessionadas e quanto gasta rodando nas outras rodovias. Você vai perceber que vale muito a pena.” Trucão lembrou também que os acidentes nas rodovias concessionadas são quase sempre causados por imprudência dos motoristas ou por falta de manutenção adequada dos veículos, e não pelas condições das rodovias.