Ainda vivendo sobre o impacto do isolamento social, que se iniciou oficialmente em São Paulo em 24 de março, e que trouxe profundas transformações em nossas famílias, nossos filhos, nossas rotinas, nossos sonhos, empregos e empresas, não sabemos ao certo o que irá acontecer nos próximos meses e anos. Mas já há pessoas pensando sobre como será o mundo que emergirá pós-pandemia.
Uma delas é Amy Webb, professora da Escola de Negócios da Universidade de Nova York, ‘a vida depois do vírus será diferente. Temos uma escolha a fazer: queremos confrontar crenças e fazer mudanças significativas para o futuro ou simplesmente preservar o status quo?’
Em outras palavras, ela deixa claro que podemos estar vivendo o fim de uma era e o início de outra. Será que a covid-19 irá destravar nova ordem mundial?
Responder a essa pergunta não é tarefa fácil e talvez não tenhamos a reposta definitiva em pouco tempo. Mas, com certeza, a volta gradual e cautelosa à rotina precisa ser pensada e repensada por todos – sobretudo
pelas grandes empresas.
Até antes do novo coronavírus, por exemplo, havia uma cortina de fumaça sobre a responsabilidade das companhias em relação aos deslocamentos de seus funcionários.
Basicamente, elas davam o vale-transporte a seus colaboradores e diziam que sua parte estava feita. Essa ‘falsa relação saudável’ com a mobilidade sucumbiu junto com a covid-19. Agora, os protocolos de higiene são pautas de calls intermináveis entre os departamentos de RH, logística e segurança do trabalho.
Todos devem estar se perguntando sobre o que poderão oferecer a seus funcionários para evitar os riscos de contaminação, levando em conta, claro, custos e equilíbrio financeiro. Talvez parte da resposta a esse problema esteja nas startups de mobilidade, que estudam a questão há anos e estão em busca de novas oportunidades para apresentar suas propostas.
Uma das soluções, por exemplo, cuja utilização já vinha crescendo em grandes centros urbanos, é o uso de veículos elétricos leves (como bikes e patinetes) em alguns deslocamentos como forma de reduzir aglomerações de pessoas no transporte público.
E, portanto, diminuir também o risco do contágio pela proximidade. Ao ar livre, sozinho, o colaborador se protege da contaminação e fará o mesmo em relação às outras pessoas, já que dessa forma se mantém o distanciamento social necessário.
Esses modais de microbilidade, aliás, ganharam as ruas com os serviços de compartilhamento como a Yellow e a Grin, que, por sinal, morreram antes da pandemia de uma doença governamental e cultural que assombra os empreendedores de mobilidade em São Paulo.
Era comum ver patinetes jogados nas ruas e bikes amarelas desmontadas ou sendo utilizadas por infratores. Mas, agora, a solução é cada um no seu quadrado, a ‘cultura da proteção’, a predição e a ação contra o inimigo invisível que pode invadir silenciosamente e devastar as empresas.
Para as companhias, aliás, essa alternativa pode se tornar ainda mais poderosa e efetiva se estiver aliada a uma plataforma de gestão de modais com aplicativo e dados em tempo real.
Uma delas é a startup Ucorp.App, que cria soluções para mobilidade corporativa, conta com um app customizado para cada um de seus clientes e compartilha todo tipo de modal elétrico (como carros, motos e patinetes) com protocolos de higiene necessários para mitigar a contaminação.
Acredito que, em tempos difíceis de isolamento, ser positivo é essencial. Uma hora a economia vai voltar a girar.
Na nova ordem mundial, lá do outro lado, quando tudo isso passar e a rotina voltar mais ou menos ao normal, haverá dois tipos de empresas: as que sentiram os ventos da transformação e se reinventaram e as que morreram da covid-19. No segmento da mobilidade, não será diferente.