Santos-Cajati
Uma linha ferroviária ligando Santos-Cajati está perto de ser um sonho para começar a se tornar realidade, embora, claro, ainda vai demorar alguns anos para que o primeiro trem comece a operar. Isso porque a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) está em fase final de elaboração do projeto funcional Santos–Cajati, que prevê uma nova ligação ferroviária de 223,6 km de extensão entre o litoral do Estado de São Paulo e o Vale do Ribeira.
De acordo com a empresa, o projeto prevê 13 estações ao longo do percurso: Santos, São Vicente, Praia Grande, Mongaguá, Itanhaém, Peruíbe, Itariri, Pedro de Toledo, Miracatu, Juquiá, Registro, Jacupiranga e, por fim, Cajati. Como em boa parte desse trajeto já houve, durante décadas, uma linha férrea que agora está desativada, a empresa afirma que as vias existentes passarão por uma rigorosa análise técnica. E, quando possível, poderão serão recuperadas para reaproveitamento na futura ligação ferroviária.
O tempo de percurso estimado no serviço expresso será de aproximadamente 2 horas e 20 minutos (136 minutos), afirma a empresa. O projeto prevê ainda dois serviços paradores: um de Santos a Peruíbe, com tempo médio de 48 minutos, e outro de Peruíbe a Cajati, com 114 minutos. O valor da passagem, no entanto, ainda não está estimado. Por ora, não há prazo para início das obras.
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Estudos iniciais, segundo a CPTM, indicam que o futuro trem atenderá até 32 mil passageiros por dia. Além disso, a ideia é que ele também transporte cerca de 600 contêineres por dia, o que, em tese, poderia reduzir o trânsito de caminhões nas rodovias da região. O custo total estimado do empreendimento varia entre R$ 19 e 21 bilhões — valor que será detalhado na fase de anteprojeto de engenharia.
A previsão é que o trem a ser futuramente usado nesta linha seja híbrido, com tecnologia que combina energia elétrica e combustão, o que ajudaria a promover eficiência energética e redução de impacto ambiental. Além disso, de acordo com informações da empresa, o sistema será integrado ao VLT da Baixada Santista e ao futuro Trem Intercidades (TIC) Santos–São Paulo, o que formaria um eixo ferroviário contínuo e interligado entre o litoral e a capital paulista.
Atualmente, de acordo com nota emitida pela CPTM, “estão em andamento o levantamento topográfico aerofotogramétrico da região, que será concluído ainda este ano. Além dos estudos técnicos que subsidiarão o anteprojeto de engenharia, com início previsto para dezembro de 2025. Este documento serve de base para viabilizar a contratação integrada ou uma possível concessão. Essa etapa tem como finalidade definir a concepção técnica detalhada da linha, suas estruturas e parâmetros operacionais, etapa que antecede o projeto executivo e futuras fases de implantação”.
O estudo é conduzido pela área de Desenvolvimento e Expansão de Transporte da companhia e integra as ações do Governo do Estado de São Paulo voltadas à inclusão territorial, mobilidade sustentável e desenvolvimento regional.
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