Instalações de arte nas periferias de São Paulo homenageiam mulheres das comunidades

De acordo com programação, próximas instalações devem ocorrer no centro, na zona leste e na zona oeste da cidade de São Paulo. Foto: Divulgação/Míticax

Redação Mobilidade
04/06/2024 - Tempo de leitura: 2 minutos, 50 segundos

Desde o dia 25 de maio, vários pontos da cidade de São Paulo receberam instalações de arte com imagens de mulheres das periferias. O projeto “Míticax – Um recado às mulheres que virão: uma instalação de arte urbana” é uma exposição urbana visual que pretende contar a história de mulheres acima dos 50 anos de idade que transformaram suas comunidades.

As obras contam com depoimentos em texto, com celebrações às “mães, avós, trabalhadoras, donas de casas, mulheres fortes da quebrada”, explica a produtora Michelle Serra. A iniciativa também conta com apoio do produtor Nando Motta nesta segunda edição. Em 2022, o projeto aconteceu pela primeira vez, no bairro da Casa Verde.

Este ano, as instalações acontecem em todas as principais zonas da cidade. Por enquanto, apenas a zona norte e a zona sul já estão com suas exposições de pé. A primeira obra está localizada nos muros do CEI Jardim Centenário, na Vila Nova Cachoeirinha, periferia da zona norte. A segunda, inaugurada no dia 1.o de junho, está em Paraisópolis. As próximas instalações estarão nos Campos Elísios, no Centro; em Itaquera, na zona leste; e, a última, no Butantã, na zona oeste.

Instalações de arte

“Quebrando as barreiras entre a arte, antropologia visual e intervenção urbana, com o nosso projeto esperamos impactar tanto as mulheres que foram retratadas, valorizando e destacando suas conquistas e jornadas, como as outras gerações de mulheres destas comunidades”, explica Michelle Serra, curadora e coordenadora geral do projeto.

Para a realização das fotografias, as 50 mulheres selecionadas foram visitadas em suas casas. Durante a visita, a organização também realizou entrevistas registradas em vídeos, disponíveis no canal do YouTube do projeto.

De acordo com a organização, a seleção e produção da ação contou com o apoio de cinco agitadoras culturais – moradoras e atuantes socialmente em cada uma das comunidades. “[Elas] foram convidadas para serem as produtoras locais e captadoras de nomes e histórias; mulheres que cresceram nessas comunidades e foram impactadas diretamente pelo legado das homenageadas”, afirma.

Para a escolha das participantes, o projeto utilizou três critérios: que elas tenham mais de 50 anos, estejam vivas e que seus nomes fossem reconhecidos nas ruas. ““Mulheres que são referências em momentos críticos e felizes das comunidades. Mulheres que têm seus nomes ligados às conquistas locais, como aberturas de ruas, fornecimento de luz e água, escolas, ubs, hospitais, centro comunitário e esportivos, etc.”, exemplifica Michelle.