Turismo rodoviário: cinco tendências que vão revolucionar sua forma de viajar

Viagens mais curtas são uma das tendências do turismo rodoviário, com redução de 45% na média de quilometragem percorrida em 2023 de acordo com ano anterior. Foto: Getty Images

01/03/2024 - Tempo de leitura: 4 minutos, 6 segundos

Nos últimos dos anos, o segmento de turismo deixou para trás a estagnação provocada pela pandemia da Covid-19 e tem registrado um aquecimento cada vez maior. De acordo com o Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), a previsão é que o setor representará mais de 11,6% da economia global até 2033, o que equivaleria a um aumento de 50% em relação ao seu valor em 2019.

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Assim, no Brasil, segundo dados da Embratur, o gasto de estrangeiros por aqui entre janeiro e julho de 2023 superou a marca de 2019, demonstrando que o País continua a ter potencial e apelo turístico.

Dessa forma, dentro desse universo, as viagens de ônibus ou o turismo rodoviário também têm se destacado, com 23% de aumento em 2023 comparado ao ano anterior, segundo a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), uma mostra da força desse modal.

Turismo rodoviário como alternativa

Um estudo feito pela Quero Passagem revelou um crescimento nas emissões de passagens de 41% em 2023 na comparação com 2022.

“Somente as emissões de tíquetes de ida e volta cresceram 47% em comparação ao mesmo ano. E o que se vem observando é que o quilômetro médio percorrido vem caindo desde 2021, passando de 437,47 para 391,62 em 2023”, explica Lukasz Gieranczyk, CEO da Quero Passagem.

Gieranczyk menciona dados da Associação Brasileira das Agências de Viagens (Abracorp), que apontam para o crescimento de 318% no faturamento do setor rodoviário em comparação a 2019. “Então, é inegável que a demanda por viagens de ônibus cresceu”, finaliza.

Confira, a seguir, quatro fortes tendências do turismo rodoviário apontadas pelo executivo.

1. Viagens mais curtas

Trajetos menores estão ganhando a preferência dos brasileiros. Diversas pesquisas mostram que o brasileiro tem preferido viagens mais curtas, optando pelo transporte terrestre e buscando, também, destinos que não exclusivamente os litorâneos.

“A média de quilometragem percorrida vem diminuindo a cada ano. Por exemplo, em 2023 essa redução foi equivalente a 45% em comparação a 2022, se aproximando de 391,62 km. As pessoas querem viajar mais e as viagens de ônibus são alternativas para os finais de semana e feriados”, afirma.

Assim, Essa é uma solução, também, para quem está com o orçamento mais apertado, pois não é preciso deixar de viajar, bastar adaptar o roteiro.

2. Flexibilidade

Segundo o executivo, os passageiros buscam por mais flexibilidade e as viagens de ônibus permitem compras mais próximas das datas de embarque, além de adaptações ou mesmo mudanças mais rápidas nos planos de viagens.

Além disso, essa flexibilidade aparece, também, pela dissociação do trabalho do escritório no pós-pandemia, para os que têm a possibiidade de trabalhar de forma remota ou híbrida.

Assim, essa é uma solução que permite que mais pessoas possam ampliar seus planos de viagens além dos finais de semana ou mesmo dos feriados.

3. Experiências mais práticas e tecnológicas

Adicionalmente, outra tendência é a busca por experiências mais práticas com mais vantagens, sempre apoiado pelo uso de recursos tecnológicos.

Dessa forma, alguns exemplos são compras rápidas por sites e aplicativos, suporte eficiente por canais que já fazem parte do dia a dia dos usuários como os chats e WhatsApp.

Além disso, também são valorizados diferenciais como programas de milhagens, embarques rápidos por bilhetes eletrônicos, acessos a lounges e experiências vips e bonificações, ente outras.

“As viagens de ônibus não exigem muito planejamento, favorece escapes mais rápidos e até decisões de última hora”, diz Gieranczyk. Nesse sentido, a agilidade desses recursos tecnológicos são muito bem-vindas.

4. Investimento em bem-estar e saúde mental

Lazer e bem-estar estão em alta e viajar está cada vez mais associado a investir em bem-estar físico e psíquico.

Esse aspecto assumiu uma importância ainda maior depois da pandemia, por conta do isolamento e das consequências desse período desafiador na saúde mental das pessoas.

5. Turismo sustentável e patrimônios da humanidade

O executivo cita uma procura maior pelo turismo rural, turismo de base comunitária e e o turismo ecológico. “E o Brasil conta com centenas de unidades de conservação federais, parques estaduais e áreas de proteção ambiental como a da Baleia Franca, em Santa Catarina, que lidera o ranking das unidades mais visitadas desde 2020”, diz.

Adicionalmente, também se observa uma maior promoção dos 23 patrimônios da humanidade que ficam no Brasil como atrativos nacionais. “E não podemos nos esquecer da oficialização do País para receber a COP-30 em Belém do Pará em 2025, fortalecendo ainda mais esse movimento”, finaliza.

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