O que não faltava era expectativa em relação à abertura da temporada da Stock Car Pro Series, realizada no último final de semana, em Goiânia. Quem venceria a disputa entre Chevrolet Cruze e Toyota Corolla, como se sairiam os estreantes de luxo Felipe Massa e Tony Kanaan, que equipe se destacaria no início de mais uma temporada e como seria o desempenho dos atuais campeões na defesa de seus títulos…
Todos esses ingredientes geraram enorme interesse nos fãs da categoria, que sempre traz novidades a cada temporada. Desta vez, a maior delas deu-se no campo desportivo, com a disputa de duas etapas dentro de uma só corrida, incluindo a inversão dos dez primeiros classificados na primeira delas, mas com os carros em movimento.
Porém, o que interessava mesmo eram as disputas e, em uma categoria tão equilibrada, elas já começam nos treinos livres e no classificatório para formação do grid de largada. A Stock Car é uma categoria tão equilibrada que há disputas acirradas em todos os setores, além da pilotagem, que se destaca mais para os fãs. A rivalidade entre as equipes também é muito grande.
O “aperitivo” começou a ser servido na sexta-feira, quando os carros foram finalmente para a pista, neste ano marcado por corridas sem público, devido à pandemia da covid-19. Uma pena, pois Goiânia costuma brindar as corridas com arquibancadas cheias. Na prática livre de sexta-feira, o recado foi de que 2021 promete, pois, nas três primeiras colocações, apareceram três nomes que poderiam ser considerados novidade. O mais rápido foi o jovem Gaetano di Mauro, da equipe KTF, que ainda busca se firmar na categoria. Cacá Bueno, que não é exatamente uma novidade, mas sua equipe, a Crown Racing, é. E Felipe Massa, que fez sua estreia na categoria com ótimo terceiro lugar.
A ciência diz que demoramos quase dois décimos de segundo para piscar os olhos. Imagine só, nesse espaço ínfimo de tempo, colocar cinco carros com tempos que se encaixam dentro de um piscar de olhos. Largar bem na Stock Car é fundamental para as pretensões de qualquer piloto; portanto, imagine só como ficou a cabeça do Felipe Massa no sábado, que registrou um tempo de 915 milésimos de segundo abaixo de Daniel Serra, na primeira qualificação, e ficou apenas no 21º lugar.
Um cartão de visitas e tanto da categoria ao ex-piloto da Sauber, Ferrari e Williams na Fórmula 1. A pole position acabaria com Cacá Bueno, confirmando sua virada de fase, depois de um 2020 desastroso para o pentacampeão. Mas, depois dele, Daniel Serra e Ricardo Maurício, demonstrando que a equipe RC, do mítico Rosinei Campos, o “Meinha”, vinha forte como sempre.
E a tese comprovou-se na prática. Logo na largada, Daniel e Ricardo Maurício assumiram a ponta, mas os resultados sofreriam mudanças em função de uma série de punições impostas pelos comissários desportivos. Foram oito penalizações que modificaram o resultado na primeira prova e dez na segunda. A maioria delas por uso indevido do botão de ultrapassagem e falha no cumprimento das regras de paradas obrigatórias no boxe.
No fim das contas, mais uma vez, como tem acontecido nas últimas quatro temporadas, a equipe curitibana RC deu as cartas, com a vitória de Daniel Serra na corrida 1 e Ricardo Maurício na 2, ambos tricampeões pela equipe do Meinha, que lidera a competição após a etapa de abertura. Felipe Massa e Tony Kanaan abandonaram com problemas mecânicos: câmbio no Cruze de Massa e freios no Corolla de Kanaan.