A cidade de Jundiaí, no interior de São Paulo, terá um novo aplicativo de transporte, o Gostei. A startup de mobilidade, de mesmo nome, investiu mais de R$ 2,5 milhões no projeto. De acordo com a empresa, o lançamento será em 24 de outubro, para Android e iOS. O desenvolvimento da plataforma durou 20 meses.
Dentre as funcionalidades, está a opção de solicitar um carro dirigido por uma mulher. Além disso, a startup também criou botões de emergência para pedir ajuda à polícia ou ambulância. Para os motoristas, a Gostei vai exibir todas as informações sobre a corrida antes da decisão de aceitá-la. Assim, será possível saber valor e destino. Quanto à rentabilidade, o desconto para o motorista será fixo em 25%. Com isso, não haverá alteração de acordo com a rota ou horário do dia.
Ainda para o motorista, ele ou ela vai receber o valor na conta digital após o final de cada corrida. Deste modo, não será preciso ter fluxo de caixa para conseguir trabalhar dias sem receber. Quem dirige recebe a conta digital assim que firmar a parceria. Neste caso, será vinculada a um cartão de crédito de bandeira Visa, com direito a serviços financeiros.
De acordo com Antonio Vieira, CEO da Gostei, a expectativa é de que a empresa expanda as atividades para todo o País em até cinco anos.
“Jundiaí será nosso ponto de partida para um empreendimento nacional. Iniciaremos a operação lá com 120 motoristas parceiros cadastrados e aptos a atender os usuários e a fase de testes deve durar em torno de seis meses. Quando tivermos atingido um alto índice de satisfação vamos expandir para outras localidades”, afirma Antônio Vieira.
“Pretendemos ganhar o Brasil em cerca de cinco anos. Os mercados iniciais são: região do interior de São Paulo, Jundiaí e arredores, em seguida Campinas, e depois São Paulo”, conta.
A partir deste ponto, o indicador de performance da empresa determinará o momento certo de expandir para outros estados.
“Os históricos das viagens feitas por nossos passageiros indicam para onde a Gostei deve ir. Se há concentração de corridas para Valinhos, a operação seguirá a direção que o ‘mapa de calor’ está indicando. Acreditamos que o crescimento orgânico, baseado em dados, permitirá uma melhor avaliação de riscos e, com isso, teremos um sucesso sustentável e de longo prazo”, projeta o CEO.
Segundo Antônio Vieira, a startup está planejando para o final de 2023 a fase de scale-up. Nesta etapa, a empresa vai definir cerca de 30 regiões metropolitanas para atuação. Além disso, será o momento de buscar investimentos para consolidação do negócio.
Sobre a concorrência com outros aplicativos de transporte já consolidados, Antônio Vieira afirma que a Gostei planeja transformar o ecossistema dos serviços de mobilidade urbana, oferecendo um serviço de qualidade, com foco no tripé: segurança, transparência e maior rentabilidade para o motorista.
“O ator principal aqui são os motoristas parceiros, visando a mobilidade social desses profissionais e melhoria da qualidade do serviço prestado aos passageiros da Gostei”, afirma.
“Nós não consideramos as empresas que operam no Brasil concorrentes diretos, uma vez que nosso modelo de negócio é baseado no desenvolvimento profissional do motorista, visando a formação de verdadeiros empreendedores, o que difere totalmente do modelo de negócio das empresas de mobilidade por aplicativo padrão”, pondera também.
Segundo Antônio Vieira, o nome do app nasceu do fenômeno das redes sociais, em que está grande parte do público-alvo, a geração usuária de aplicativos e smartphones. Assim, o nome “Gostei” é a versão brasileira do “like” das redes.
Por sua vez, o CEO conta que a ideia de criar a Gostei surgiu pela observação de que o modelo econômico com base na “Gig Economy” chegou ao Brasil sem considerar as necessidades socioeconômicas locais. Com isso, o resultado foi um conflito contínuo entre motoristas e aplicativos e inclusive afetando a qualidade dos serviços aos passageiros.
“Por sermos uma empresa brasileira, nós da Gostei entendemos que precisaríamos de algumas adaptações locais, atendendo aos motoristas parceiros. Nesse ponto realizamos uma longa jornada de entrevistas visando mapear quais eram os principais pontos e chegamos aos seguintes: segurança, transparência e rentabilidade. Com um conjunto de ações nessas áreas restauramos o equilíbrio de todo o ecossistema de mobilidade e entregaremos uma alta qualidade de serviços ao mercado”, considera o CEO.
Já a decisão de escolher Jundiaí para receber a operação é pelo fato de ser um município com alto Índice de Desenvolvimento Humano (IDH). Além disso, segundo a startup, o município possui um alto percentual da população usuária de smartphones e internet móvel. Também está localizado próximo a São Paulo.