Summit Mobilidade: Renan Filho, ministro dos Transportes, fala sobre os grandes desafios do País

Ministro dos Transportes, Renan Filho, fala na abertura do Summit Mobilidade 2024, na Casa das Caldeiras, em São Paulo. Foto: Thiago Queiroz/ Estadão
Mônica Manir, especial para Mobilidade
28/05/2024 - Tempo de leitura: 2 minutos, 39 segundos

O ministro dos Transportes, Renan Filho, fez hoje (28 de maio) a abertura oficial do Summit Mobilidade, maior e mais relevante evento sobre mobilidade do País, cujo tema este ano é “Perspectivas da mobilidade: soluções sustentáveis e eficientes para o futuro das áreas urbanas”.

O titular da pasta dos Transportes focou sua palestra nos desafios que rodeiam o setor no Brasil, tanto no transporte de cargas quanto no que envolve a mobilidade das pessoas nas grandes cidades.

Renan Filho começou pelo relevo desafiador do País, lembrando, por exemplo, as dificuldades de quem está no litoral para acessar o a região central num Pais de dimensões continentais.

Dificuldades para a população em seus deslocamentos diários

Em seguida, Renan Filho acentuou o crescimento constante das grandes cidades, cuja população mora cada vez mais longe dos centros, o que dificulta a mobilidade urbana. “Mais de 90% da população brasileira vive em cidades”, acrescentou.

Outra característica desafiante do País, diz ele, é a mudança constante do centro gravitacional da produção, o que seria “atípico”, considerando os modelos americanos e europeus, há muito estabilizados nos mesmos locais. Em Portugal, lembra Renan Filho, o local de produção de vinhos está ali há muito tempo. Na Rússia, os locais onde se produzem grãos e minérios estão estabilizados há muitos anos.

Renan Filho, ministro dos Transportes, durante Summit Mobilidade na Casa das Caldeiras. Foto: Thiago Queiroz/Estadão

“Há 50 anos, a gente via que o centro gravitacional da nossa produção era muito próximo do Estado do Rio Grande do Sul. Hoje, esse centro gravitacional se deslocou para as proximidades do Mato Grosso, principalmente em carga, o que obriga ao arrastamento da infraestrutura para o escoamento da produção”, diz o ministro.

O Brasil seria um caso de extremo de sucesso por exportar uma produção anual crescente, acentua o ministro. Só no ano passado, a produção do agrobusiness brasileiro, a segunda maior do mundo, cresce

Ao falar das estradas do Norte do País, ele recorda que poucas existiam há 30 anos, o mesmo ocorrendo com os portos da região, que não existiam ou existiam incipientemente.

O ministro destaca a importância do porto de Itaqui, no Maranhão, que exporta boa parcela do que o Brasil Central produz, e está entre os portos mais jovens. “O Brasil precisa se transformar para garantir a exportação daquilo que produz, principalmente em minério, óleo e agronegócio”, afirma.

Rentabilidade dos investimento em mobilidade

Mais um desafio, segundo o ministro, seria a rentabilidade dos investimentos em mobilidade. “Quando olhamos para os trens, que precisam percorrer grandes distâncias para a integração regional, eles são ainda mais deficitários”, diz.

O representante do governo também destacou a situação das estradas que foram destruídas na calamidade que atingiu o Rio Grande do Sul, lembrando que todas as estradas federais afetadas estarão liberadas em 20 dias.

Por fim, outro ponto destacado por Renan Filho é a necessidade do País em ampliar os investimentos privados para melhorar a infraestrutura de transporte do Brasil. “Precisamos ser mais ousados”, finaliza.