O ministro dos Transportes, Renan Filho, fez hoje (28 de maio) a abertura oficial do Summit Mobilidade, maior e mais relevante evento sobre mobilidade do País, cujo tema este ano é “Perspectivas da mobilidade: soluções sustentáveis e eficientes para o futuro das áreas urbanas”.
O titular da pasta dos Transportes focou sua palestra nos desafios que rodeiam o setor no Brasil, tanto no transporte de cargas quanto no que envolve a mobilidade das pessoas nas grandes cidades.
Renan Filho começou pelo relevo desafiador do País, lembrando, por exemplo, as dificuldades de quem está no litoral para acessar o a região central num Pais de dimensões continentais.
Em seguida, Renan Filho acentuou o crescimento constante das grandes cidades, cuja população mora cada vez mais longe dos centros, o que dificulta a mobilidade urbana. “Mais de 90% da população brasileira vive em cidades”, acrescentou.
Outra característica desafiante do País, diz ele, é a mudança constante do centro gravitacional da produção, o que seria “atípico”, considerando os modelos americanos e europeus, há muito estabilizados nos mesmos locais. Em Portugal, lembra Renan Filho, o local de produção de vinhos está ali há muito tempo. Na Rússia, os locais onde se produzem grãos e minérios estão estabilizados há muitos anos.
“Há 50 anos, a gente via que o centro gravitacional da nossa produção era muito próximo do Estado do Rio Grande do Sul. Hoje, esse centro gravitacional se deslocou para as proximidades do Mato Grosso, principalmente em carga, o que obriga ao arrastamento da infraestrutura para o escoamento da produção”, diz o ministro.
O Brasil seria um caso de extremo de sucesso por exportar uma produção anual crescente, acentua o ministro. Só no ano passado, a produção do agrobusiness brasileiro, a segunda maior do mundo, cresce
Ao falar das estradas do Norte do País, ele recorda que poucas existiam há 30 anos, o mesmo ocorrendo com os portos da região, que não existiam ou existiam incipientemente.
O ministro destaca a importância do porto de Itaqui, no Maranhão, que exporta boa parcela do que o Brasil Central produz, e está entre os portos mais jovens. “O Brasil precisa se transformar para garantir a exportação daquilo que produz, principalmente em minério, óleo e agronegócio”, afirma.
Mais um desafio, segundo o ministro, seria a rentabilidade dos investimentos em mobilidade. “Quando olhamos para os trens, que precisam percorrer grandes distâncias para a integração regional, eles são ainda mais deficitários”, diz.
O representante do governo também destacou a situação das estradas que foram destruídas na calamidade que atingiu o Rio Grande do Sul, lembrando que todas as estradas federais afetadas estarão liberadas em 20 dias.
Por fim, outro ponto destacado por Renan Filho é a necessidade do País em ampliar os investimentos privados para melhorar a infraestrutura de transporte do Brasil. “Precisamos ser mais ousados”, finaliza.