O setor de transportes representa cerca de 15% do total de emissões de CO2 mundiais, sendo o transporte público um dos grandes vilões nesse sentido. Isso quer dizer que, nos grandes centros urbanos, a situação é ainda mais grave.
O Relatório Geral da Agência Nacional do Transporte Público (ANTP), de 2020, dá conta de que o sistema público é responsável por cerca de 1/3 das viagens em cidades com mais de 1 milhão de habitantes.
Assim, a despoluição ou descarbonização do transporte público é apontada como maneira mais efetiva para melhorar a qualidade do ar.
Dessa forma, para contribuir para despoluição do transporte público, a Scipopulis, uma empresa brasileira que é um braço da green4T, criou a ferramenta Trancity.
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“Ela pode ser usada tanto no monitoramento das emissões, como no planejamento da eletrificação do transporte público”, diz Roberto Speicys, cofundador e CEO da empresa.
E continua: “Sua eletrificação é, portanto, importante não apenas para o meio ambiente, como para a saúde pública”, diz.
Segundo Speicys, existe potencial real para transformar 1/3 das viagens realizadas em áreas urbanas em deslocamentos neutros em carbono.
“Nosso sistema processa dados de GPS da movimentação dos ônibus em tempo real, correlacionados com outras informações da cidade”, afirma.
E prossegue: “A plataforma estima valores que impactam na poluição do transporte público, como velocidade de deslocamento ou a quantidade de poluentes gerada por cada veículo”, diz.
Atualmente a ferramenta opera em São Paulo, em parceria com o IEMA (Instituto de Energia e Meio-Ambiente), monitorando o cumprimento das metas de redução de emissões do transporte público.
Isso é resultado do compromisso que consta nos novos contratos de prestação do serviço de transporte coletivo da cidade, assinado pelas empresas em 2019.
Esse documento estabelece metas anuais de redução que prevê que, em 20 anos, a capital paulista seja neutra em emissões.
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O fundador da Scipopulis afirma que outra experiência aconteceu na cidade do Rio de Janeiro.
“Usamos dados da ferramenta para um estudo de viabilidade de eletrificação que identificou linhas prioritárias”, diz Speycis.
De acordo com ele, esse trabalho também ajudou a definir uma estratégia para a transição energética, reduzindo investimentos e potencializando os impactos positivos.
“Esse trabalho está sendo usado pela prefeitura do Rio de Janeiro para preparar a eletrificação do transporte público na cidade carioca”, finaliza.