Assinatura de carregador de carro elétrico vira tendência para empresas

Planos de assinatura da GreenV tendem a aumentar o número de postos de recarga instalados no Brasil. Foto: Divulgação GREENV

20/09/2023 - Tempo de leitura: 4 minutos, 52 segundos

Os planos de assinatura de veículos já são uma realidade entre as fabricantes e, agora, está chegando também a outras áreas do setor, como infraestrutura de recarga de carros elétricos. 

A GreenV, empresa especializada em soluções de eletromobilidade, lançou a assinatura mensal do software de gerenciamento e dos carregadores. O novo modelo de negócio, voltado para a expansão dos pontos de recarga no País, foi desenvolvido para tornar a mobilidade elétrica acessível, principalmente, a pequenas e médias empresas e condomínios. 

“A ideia dos planos de assinatura veio da observação de sistemas já implementados no exterior, onde a mobilidade elétrica está mais consolidada”, afirma Ariovaldo Miranda Júnior, CEO da GreenV. “Com base nessa análise, identificamos a oportunidade de trazê-la ao Brasil.”

O serviço não é inédito por aqui, mas oferece uma abordagem diferente, ao incorporar carregadores, sistemas de gerenciamento de recarga e cobrança em uma única assinatura. A integração, segundo Miranda, proporciona uma experiência mais conveniente e eficiente aos clientes.

Dois planos

Por enquanto, dois modelos de assinatura estão disponíveis. O primeiro plano contempla somente o software de gerenciamento dos carregadores, a partir de R$ 99 por mês. Ele é ideal para empresas que já possuem os equipamentos, mas ainda não conseguem cobrar ou administrar as recargas. 

A segunda opção, que custa a partir de R$ 209, inclui os eletropostos, com carregador de 7,2 kW. O tempo estimado para a instalação do ponto é de 15 dias. 

Segundo o CEO, as empresas interessadas em oferecer pontos de recarga tinham, até então, de fazer investimentos altos, com valores a partir de R$ 9.500 a cada instalação. “Muitos clientes esbarram no preço do ponto de recarga. Assim, vimos uma forma de criar um novo negócio na GreenV”, ressalta.

O cliente que assina o plano pode optar por oferecer recargas grátis ao usuário ou por cobrá-las. Os valores são definidos seguindo a média praticada pelo mercado. 

Mais 200 postos

A GreenV recebe uma taxa de 15% pela transação de cobrança, via aplicativo GVgo, que também oferece as informações de geolocalização dos postos. Os outros 85% ficam para o parceiro. 

“Outro aspecto positivo é que damos flexibilidade aos clientes, que podem definir acordos comerciais com outras empresas e compartilhar os benefícios dos 85% da receita”, destaca Miranda.

A previsão da GreenV é que os planos de assinatura sejam decisivos para adicionar 200 novas estações até o fim do ano, contribuindo para expandir a infraestrutura de recarga elétrica no Brasil. 

Para Miranda, a iniciativa terá um papel fundamental na eletromobilidade nacional. “Ao apresentar uma solução completa e acessível para a instalação de estações de recarga, estamos ajudando a formar uma rede extensa e conveniente aos donos de veículos elétricos”, conclui.

Regulamentação

Estações de recarga também são alvo de regulamentação. Recentemente, o Chile aprovou a Lei 21.305, que determina a interoperabilidade e os padrões dos pontos de carregamento de veículos elétricos. 

Isso significa que o proprietário do carro elétrico deve ter condições de acessar as informações de todas as operadoras de pontos de recarga no mesmo aplicativo. Dessa forma, os eletropostos estarão interligados em todas as redes disponíveis daquele país.

Por outro lado, também é obrigatório que as operadoras forneçam, em tempo real, o estado de seus equipamentos e conectores, enquanto os prestadores de serviço devem reportar os preços praticados. 

“O usuário que utiliza o aplicativo de determinada empresa de recarga tinha de baixar o app de outra marca para se manter informado sobre os eletropostos dela. Agora, ele reúne os dados de todas”, afirma Bernardo Durieux, diretor executivo da Voltbras, especializada em soluções de tecnologia.

No Brasil

Com a interoperabilidade, as companhias estão autorizadas a manter seus aplicativos, até porque eles oferecem benefícios e outros serviços, como plano de fidelidade. No entanto, cada uma precisará conter informações da outra. 

Para Durieux, esse tipo de regulamentação tende a ser aplicado em outros países da América do Sul, como o Brasil, que registra crescimento expressivo nas vendas de veículos elétricos e no consumo de soluções de tecnologia para a gestão desse mercado.

“O Chile foi pioneiro, na América do Sul, mas, na Europa, esse sistema já funciona naturalmente, sem a necessidade de regulamentação por meio de lei”, diz o executivo.

Jadlog usa motos e tuk-tuks de emissão zero

A rede de infraestrutura de recarga não se destina somente aos automóveis de passeio e veículos comerciais leves. As empresas varejistas estão compondo suas frotas com alternativas interessantes, ágeis e mais baratas.

A Jadlog, operadora logística de comércio eletrônico, incluiu, em suas atividades, 50 motocicletas elétricas dos modelos Super Cargo e Mini Max, da Cicloway, e alugou 22 veículos tuk-tuks.

“O investimento envolve questões ambientais e uma estratégia de redução de custos, porque também implementa outras práticas, como a utilização do lava-rápido de reúso, flyers biodegradáveis, TVs corporativas que eliminam o uso de banners e murais e o consumo consciente de energia elétrica e papel”, diz Bruno Tortorello, CEO da Jadlog.

João Hannud, diretor executivo da Cicloway, explica que práticas de ESG estão no DNA da companhia. “Em 2022, deixamos de emitir 42.490 toneladas de CO2. Agora, a parceria com a Jadlog impulsiona a transição de veículos a combustão pelos eletrificados, que proporcionam mobilidade mais limpa e consciente”, comenta.

Para outros assuntos do tema, acesse o canal Planeta Elétrico