Transporte rodoviário interestadual. Foto Divulgação Abrati
Mensalmente, em torno de 2,4 milhões de pessoas utilizam o transporte rodoviário interestadual para suas viagens, um setor que emprega em torno de 140 mil pessoas em toda a sua cadeia. Trabalho e lazer são os principais motivos que fazem os brasileiros embarcarem em um ônibus, um serviço que tem se modernizado com a venda de passagens online, maior concorrência e veículos com mais recursos de segurança.
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Assim, para entender mais sobre o setor de transporte rodoviário interestadual, conversamos com Letícia Pineschi, diretora da Associação Brasileira das Empresas de Transporte Terrestre de Passageiros (Abrati). Confira a seguir.
Atualmente, a Abrati possui 80% das companhias que operaram de forma regular no transporte interestadual do Brasil. Hoje, são 50 associadas; porém, existem grupos empresariais com 5 a 10 empresas autorizadas operando, e, obviamente, se associam somente com 1 ou 2 de suas maiores marcas.
De maneira que, no sistema, são 348 habilitadas ao transporte interestadual, mas, efetivamente, na ativa, temos 215 empresas. Muitas pediram autorização; entretanto, nunca tiveram o interesse em operar.
No pré-pandemia, a média entre 2017 e 2019 foi de 39 milhões. Em 2022, o número de passageiros transportados passou de 37 milhões. Até maio deste ano, já contabilizamos 13 milhões. O setor vem se mantendo estável há alguns anos, mas está muito sujeito à sazonalidade, e é provável que fechemos o ano com o mesmo volume de 2022.
Como estratégia, as empresas estão ofertando uma melhor experiência possível ao consumidor, sem, no entanto, aumentar muito os preços das passagens. Os prejuízos financeiros da pandemia ainda vão demorar para serem plenamente recompostos.
O setor cobre cerca de 95% das cidades do País.
Todos os sites e aplicativos oficiais das próprias empresas de transporte comercializam passagens de forma online, mais os cerca de 63 portais de vendas de passagem por meio do marketplace, dentre eles ClickBus, DeÔnibus, Buson, Rodoviariaonline, entre outros.
A implementação das vendas online, que hoje representam 30% do total, não resultou em redução nos custos. Na realidade, no início, esse movimento acabou aumentando, mas, depois, se estabilizou. Isso porque, mesmo com as vendas online, as empresas regulares ainda precisam manter guichês de venda abertos 24 horas, prestar serviços nas rodoviárias, realizar operações de embarque e desembarque, oferecer atendimento presencial, entre outras atividades.
Nota-se que os passageiros estão mais exigentes, comparando preços e adquirindo passagens com
antecedência, devido ao entendimento de que compras antecipadas oferecem descontos. Hoje,
a média mensal é de 2,4 milhões de pessoas utilizando o transporte rodoviário interestadual.
De maneira geral, os motivos principais das viagens, no Brasil, costumam ser trabalho e lazer/férias, nessa ordem, como demonstra pesquisa que fizemos em setembro deste ano. Ela, inclusive, revela
que a maioria dos 616 usuários entrevistados, em 6 cidades do País, aprova os serviços que ofereceremos (confira abaixo).
Não temos essa informação. No entanto, no registro da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), há um total de 9.205 ônibus cadastrados para prestação de serviços. Já a média de idade da
frota é de 7,5 anos, com 49,02% dos veículos com até 5 anos.
O deslocamento mais longo é o que sai do Rio de Janeiro rumo a Lima, no Peru, pela Rodovia Transacreana, que leva cinco dias. Mas não temos mais informações pela rota não ser feita por uma empresa associada.
Os veículos estão equipados com diversos recursos, como sistemas antitombamento, freio retarder,
telemetria, monitoramento da cabine do motorista e da estrada, bem como um sistema de alerta para sonolência. Além disso, o sistema de rastreamento permite a otimização das rotas, entre outros benefícios.
O novo marco tem que oferecer segurança jurídica para as operadoras aportarem maiores investimentos. Deve trazer, também, o índice de avaliação da qualidade do serviço para garantir um alto padrão de atendimento em todos eixos. Deve aumentar a competitividade, já que irá definir quais são os critérios práticos e efetivos para solicitação de mercados, baseados em indicadores técnicos de avaliação do eixo e evitando, por exemplo, que as autorizações sejam um balcão de negócios.
• 33,7% trabalho
• 32,6% passeio/férias
• 22,4% visitas a parentes e outros
• 3,5% estudo
• 1,9% motivos de saúde (médico, exames etc82% se dizem satisfeitos com a segurança (em 2018, eram 67,6%).
Fonte: Pesquisa de satisfação dos usuários do transporte rodoviário interestadual/Abrati 2023
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