Trolebus
Em 22 de abril de 1949 foi inaugurado em São Paulo o primeiro sistema de trólebus brasileiro com a criação da CMTC (Companhia Municipal de Transporte Coletivo) e da linha 16 Machado de Assis (atual 408-A) operando inicialmente com veículos importados. A partir disso, a história do trólebus paulistano sempre foi muito conturbada. Seguem alguns fatos que marcaram o modal nas últimas décadas:
O atual prefeito, Ricardo Nunes, já deixou claro que pretende desativar o sistema, pois o considera “velho, antigo e problemático”. Entretanto, segundo o relatório GLOBAL TROLLEYBUS FIGURES 2025, da UNION INTERNATIONALE DES TRANSPORTS PUBLICS – UITP, os trólebus operam atualmente em mais de 40 países e cerca de 260 cidades como Canadá (Vancouver), Estados Unidos (São Francisco / Filadélfia / Dayton / Seattle), Itália (Milão / Tagliari), Bulgária (Sofia), China (Xangai / Cantão), entre outros.
O Brasil chegou a ter 14 sistemas de trólebus; atualmente apenas São Paulo (capital e corredor ABD) está ativo; em Santos o sistema encontra-se paralisado desde a pandemia de covid-19.
Abandonar o trólebus é andar na contramão do futuro. Desmontar um sistema elétrico consolidado, eficiente e sustentável seria um erro com consequências ambientais, sociais e políticas irreversíveis. Isso sem falar no montante de dinheiro público investido ao longo de seus mais de 76 anos que seriam literalmente jogados no lixo.
Leia também: Transporte público. 5 tendências que chamaram a atenção no maior evento do mundo, em Hamburgo
De acordo com a SPTrans, 14,3 mil toneladas de CO2, 38 toneladas de NOx e 390 quilos de material particulado deixam de ser lançados pelos 201 trólebus que circulam na cidade de são Paulo.
É fato que transformar São Paulo em referência de transporte elétrico não é uma possibilidade, mas sim necessidade. E isso pode ser construído com projetos como:
Prefeitos, secretários e gestores que abraçarem essa causa deixarão um legado de inovação, sustentabilidade e responsabilidade social para as próximas gerações.
* Artigo escrito por Marco Brandemarte em parceria com Marcos Galesi, defensor, pesquisador e historiador dos sistemas de trólebus brasileiros desde 1990