Com o retorno das aulas, voltam, também, os índices maiores de congestionamento nas cidades. Assim, para ajudar a transformar essa realidade, e promover o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes, o Instituto Aromeiazero, ONG que usa a bicicleta como instrumento para redução das desigualdades sociais, acaba de lançar um guia para ajudar a implementar a bicicleta na rotina dos estudantes.
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Batizado de ‘A Bicicleta como ferramenta pedagógica”, o material tem como objetivo fazer a conexão entre vivências e a educação, resgatando a rua e o espaço público como lugar de aprendizagem, convivência e de expressão cultural.
“Sabemos que além de divertido e saudável, a bike contribui para construir cidades sustentáveis e resilientes. Pedalar é mais que um impulso para lazer e deslocamento, é um modo de vida. E a razão de criarmos esse material surgiu do questionamento: ‘Como podemos contribuir para um futuro sustentável e seguro para nossas crianças?’, explica Cadu Ronca, diretor do Instituto Aromeiazero.
Entretanto, mais do que dar dicas e recomendações sobre os cuidados para quem decide usar a bike no trajeto casa-escola, o guia visa levar o tema para dentro das escolas, usando o modal para discutir sustentabilidade, cidadania, convivência, segurança e outras formas de locomoção além do carro.
O material é fruto da experiência do Aromeiazero com o projeto Rodinha Zero, que desde 2016 já ajudou mais de 4.200 crianças a pedalar sem o auxílio das rodinhas. Ele acontece em parceria com escolas municipais de São Paulo, SESCs, Ruas Abertas, parques, entre outros espaços da cidade.
Em 2019, o projeto recebeu menção honrosa no Prêmio Educação em Direitos Humanos e Cidadania promovido pela Secretaria de Educação do Município de São Paulo, com a ação na Escola Municipal de Educação Infantil EMEI Ana Rosa.
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A segurança no deslocamento de modos ativos, tanto de bicicleta como a pé, é uma preocupação válida que pode desestimular pais, especialmente de adolescentes, a permitirem que seus filhos façam o trajeto escola-casa de bike.
Para Ronca, esse é um desafio que precisa ser olhado de maneira holística, envolvendo a comunidade escolar, alunos, famílias e a comunidade em geral. “O poder público municipal pode e deve investir em infraestrutura adequada para ciclistas e pedestres, ampliando a malha cicloviária, melhorando as calçadas e a iluminação pública, instalando faixas de pedestres elevadas além de ter o pode aumentar a segurança e a sensação de proteção”, diz.
Segundo o especialista, deve-se investir em educação para o trânsito, com campanhas sobre a importância de compartilhar as ruas de forma segura. “Nessa linha, a mensagem fundamental é que no trânsito a prioridade é dos modos ativos (pedestres e depois ciclistas) sobre os modos de transportes motorizados”, declara.
Para ele, a comunidade escolar também pode ajudar para o pedalar ser mais seguro criando os chamados bonde de bicicletas. “Essa experiência já vem acontecendo em várias cidades do Brasil e nada mais é do que juntar um grupo de estudantes e cuidadores para ir todo dia pedalando para a escola! Quando se está no coletivo, os que estão ao redor tendem a não apenas respeitar, como também abrir espaço para passagem, tornando o trajeto seguro”, declara.
Adicionalmente, é preciso treinar esses alunos, ensinando habilidades práticas de navegação, sinalização e comportamento seguro. “Lembrando que é fundamental se basear nos conceitos mais atuais, como do Visão Zero, e não focar na culpabilização das vítimas do trânsito pelos sinistros” finaliza.
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Fonte: A Bicicleta como ferramenta pedagógica, Instituto Aromeiazero/2024
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