Volvo e Daimler produzirão células a hidrogênio

Mercedes-Benz já possui um centro de desenvolvimento da tecnologia na Alemanha. Foto: Divulgação.

27/04/2020 - Tempo de leitura: 2 minutos, 49 segundos

Nesse casamento, uma empresa entra com a tecnologia (a Daimler) e a outra com o investimento (a Volvo) de cerca de R$ 3,5 bilhões. Com o aporte, o Grupo Volvo se tornará sócio da Daimler Trucks AG na joint venture, como é conhecido esse tipo de parceria. O acordo deverá ser concretizado até ao fim do ano. Em todas as outras áreas de negócios, as duas empresas continuam sendo concorrentes.

O objetivo da parceria é reduzir custos de desenvolvimento para as duas empresas e também acelerar a introdução de sistemas de células a hidrogênio no mercado.

Meta é atender ao Acordo Verde europeu

Com a crise econômica causada pela pandemia do novo coronavírus, a cooperação entre empresas tornou-se ainda mais necessária. Só assim será possível atender aos objetivos do Green Deal Europe (Acordo Verde Europeu, em tradução livre).

O programa, anunciado no fim do ano passado, prevê zerar as emissões de poluentes no continente até 2050. E também gerar empregos, além de fomentar inovações tecnológicas e a reciclagem.

“A eletrificação do transporte rodoviário é um elemento-chave para o Green Deal e, finalmente, para um mundo livre de carbono”, diz Martin Lundstedt, presidente e CEO do Grupo Volvo. De acordo com Martin Daum, presidente do conselho de administração da Daimler Truck, a joint venture mostra que as duas empresas apostarão fortemente na tecnologia de células a hidrogênio para uso em veículos comerciais.

Para viabilizar a parceria, a Daimler reunirá todas as áreas do grupo voltadas às células a hidrogênio em uma única unidade. É o caso da Mercedes-Benz Fuel Cell GmbH, que desenvolve células de combustível e sistemas de armazenamento de hidrogênio há 20 anos. E também das instalações de produção da empresa na Alemanha e no Canadá.

Células a hidrogênio geram eletricidade

Veículos a célula a combustível são, na verdade, movidos a eletricidade. A principal vantagem é que, diferentemente dos elétricos convencionais, as baterias não precisam ser recarregadas na tomada.

Essa tecnologia, que foi criada na Inglaterra, em 1839, por sir William Grove, não decolou à época as fontes de energia eram abundantes. E a preocupação com a poluição ambiental simplesmente não existia.

A célula a combustível serve para gerar a eletricidade que fará o motor funcionar, já que o sistema transforma o próprio hidrogênio em eletricidade. Não há combustão, tampouco emissão de poluentes. Pelo escapamento, sai apenas água.

Basicamente, o sistema transforma energia química em elétrica. Entre as vantagens em relação à energia gerada pela queima de combustíveis fósseis é que não há perdas.

Além disso, esse sistema produz baixíssimo impacto ambiental. Não há vibrações, ruídos, combustão nem emissão de material particulado ou gases poluentes.

Outro ponto positivo é que o principal elemento utilizado nas pilhas a combustível é o alumínio, metal 100% reciclável – o que resolve um dos grandes problemas dos elétricos convencionais. A produção das baterias gera muita poluição e sua reciclagem é complicada e cara.

Foto: Divulgação

“A eletrificação do transporte rodoviário é essencial para o Green Deal e também para um mundo livre de carbono.”

Martin Lundstedt, presidente e CEO do Grupo Volvo