Foto: Divulgação/Yamaha
Com o objetivo de ampliar sua participação e as vendas no mercado brasileiro de motocicletas, a Yamaha tem investido forte no segmento de baixa cilindrada. Afinal, os modelos de até 160 cm³ representam mais de 80% das motos vendidas no País. Após o sucesso da urbana FZ15 de 150 cc, apresentada em 2022, a Yamaha surpreendeu a todos com o lançamento da miniesportiva YZF R15, que chega às lojas no final de outubro com preço sugerido de R$ 18.999.
Além de um design sofisticado e inspirado na linha “R” de motos superesportivas da Yamaha, a R15 traz tecnologias e equipamentos normalmente encontrados em motos de maior cilindrada. Com isso, a miniesportiva reforça as opções da marca no segmento classificado como “small premium”, ou seja, motos de baixa cilindrada, porém com acabamento e especificações superiores aos modelos mais utilitários.
Apesar de ter apenas 155 cm³, o motor de um cilindro da R15 traz tecnologias que não são comumente encontradas em motos dessa cilindrada. A começar pelo arrefecimento líquido, que permite giros mais altos e, consequentemente, produz mais potência do que os propulsores com arrefecimento a ar.
No caso da R15, o monocilíndrico alimentado apenas a gasolina produz 18,8 cv de potência máxima a 10.000 rpm. Enquanto outras motos flex de 150 cc sem radiador, como a FZ15, da Yamaha fazem cerca de 12 cv a 7.500 giros.
Destaque também para o comando de atuação variável das válvulas, que a Yamaha chama de VVA. O sistema permite variar o tempo de abertura das válvulas de acordo com a rotação do motor. Na prática, melhora a entrega de torque em baixos giros e também aumenta a potência em altas rotações.
Dessa maneira, a nova R15 promete ter boas arrancadas e retomadas no uso urbano, quando o motor “gira” menos. Além de bom fôlego na estrada e na pista, situações em que as rotações são mais altas.
Outra característica “diferenciada” da miniesportiva é seu câmbio de seis velocidades. A sexta marcha, não muito comum em motos de baixa cilindrada, promete mais economia de combustível, principalmente no uso na estrada.
Também merece destaque a embreagem assistida e deslizante, que reduz o esforço de acionamento do manete, além de evitar o travamento da roda traseira em reduções mais bruscas, no uso esportivo.
Com o objetivo de ressaltar suas características esportivas, a Yamaha realizou o lançamento da YZF-R15 em um autódromo. Além de poder levar seu motor ao limite, uma pista fechada permite frenagens mais bruscas e curvas mais inclinadas com segurança.
Ao montar na R15, fica clara sua inspiração nos modelos mais “racing” da Yamaha. As pedaleiras recuadas e altas e a mesa de direção baixa com dois semiguidões, obrigam o motociclista a assumir uma postura esportiva. Ou seja, joelhos bem flexionados e costas inclinadas em direção ao painel da moto. Vale reforçar que o painel, totalmente digital, é bastante completo para a categoria.
A posição de pilotagem inclinada para frente contribui para aumentar a sensação de controle da moto. Seu chassi, que segue a arquitetura de modelos esportivos da Yamaha, como a YZF-R1 de 1.000 cc, é bastante estreito e estável. Evita torções em frenagens mais fortes e mantém a trajetória em velocidades altas.
Nessa situação, seu motor também mostra, no velocímetro, as diferenças para outras motos de 150 cc. Enquanto a maioria dos modelos mal chega a 120 km/h, a pequena R15 ultrapassou 155 km/h na curta reta do autódromo Fazenda Capuava, no interior de São Paulo.
Ao final da reta, coloquei os freios à prova. O sistema com discos nas duas rodas foi suficiente para parar os 141 kg da R15 com confiança e segurança. Para evitar derrapagens e o travamento das rodas, os freios ainda contam com sistema ABS de dois canais, algo inédito, até então, nas motos de 150 cc.
Depois da frenagem brusca, era hora de contornar uma curva de 180° em alta velocidade. Nesse momento, a posição de pilotagem esportiva e as suspensões permitem inclinar bastante nas curvas – na segurança de uma pista fechada, é claro.
Na dianteira, o garfo telescópico não é invertido (upside-down), como em esportivas de maior cilindrada, mas tem tubos de 41 mm, enquanto outras motos de baixa cilindrada usam tubos de 29 mm de diâmetro. Já a traseira, possui balança construída em alumínio com um monoamortecedor fixado por links.
O conjunto demonstrou bom equilíbrio entre esportividade e conforto. Proporciona rigidez suficiente para frear e amortecimento progressivo para manter a roda traseira no chão nas acelerações. Juntamente com o baixo peso, fazem da R15 uma miniesportiva ágil nas mudanças de direção e estável nas curvas.
Embora a Yamaha garanta que a miniesportiva seja confortável para o uso diário, só tivemos a oportunidade de avaliar o modelo na pista. Nessas condições, a pequena YZF-R15 surpreendeu e mostrou por que é chamada de miniesportiva.
Sucesso nos maiores mercados de moto do mundo, como Índia e outros países do Sudeste Asiático, a Yamaha espera repetir as vendas do modelo do segmento “small premium” no Brasil. Apesar de não terem o mesmo volume de vendas das 150 cc mais baratas e utilitárias, elas surgem como mais uma opção de motos de baixa cilindrada.
Com preço sugerido de R$ 18.999 (mais frete), a Yamaha YZF-R15 custa, em média, 20% a mais do que outros modelos mais simples de 150 cc da marca japonesa. Dessa forma, a R15 pode ser uma boa opção para iniciantes no mundo das motos esportivas e também para jovens com menor poder aquisitivo, mas que procuram modelos mais sofisticados.
Yamaha YZF R15
Motor: 1 cilindro, 155 cm³
Câmbio: Seis marchas
Transmissão final: Por corrente
Potência: 18,8 cv a 10.000 rpm
Torque: 1,5 mkgf a 8.500 rpm
Peso em ordem de marcha: 141 kg
Preço público sugerido: R$ 18.999 (sem frete)