Equipamento obrigatório exigido pelo Código de Trânsito Brasileiro (CTB), de eficácia comprovada, o cinto de segurança ainda é negligenciado por muita gente — principalmente quem anda no banco de trás do veículo.
Apenas 54,6% dos brasileiros afirmam utilizar sempre o cinto no assento traseiro. Já na parte da frente do carro, o uso é hábito entre quase 80% dos entrevistados (79,4%), de acordo com a Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada ano passado.
José Montal, diretor na Associação Brasileira de Medicina no Tráfego (Abramet), explica que o poder dessa proteção é inquestionável na redução de mortes e ferimentos em colisões. “Nenhum outro equipamento protege tanto os ocupantes do veículo, chegando a salvar mais de 50% das vidas em sinistros. Comunicar esse fato talvez seja o passo mais relevante para mudar mentalidades”, revela.
O especialista reforça que o uso do cinto no banco traseiro é imprescindível para a segurança “de todos os ocupantes” do automóvel. Para o diretor da Abramet, as pessoas precisam entender que ele (o cinto) deve ser usado “em qualquer deslocamento”. “Ninguém sabe o momento exato de um sinistro. Daí a importância de usá-lo mesmo em viagens curtas. E, mesmo em baixas velocidades, o organismo humano não está preparado para suportar esses impactos”, finaliza.
Exemplos influenciaram hábitos seguros — Depois dos 30 anos, Stephanie Decaillet, diretora de Pesquisa de Mercado, nunca mais deixou de usar o cinto no banco traseiro, adquirindo o hábito por vários fatores. Entre eles, a própria mudança de comportamento da sociedade, a chegada dos filhos, a adoção mais intensa de transporte por aplicativo e, infelizmente, um exemplo próximo: um acidente envolvendo uma amiga.
Hoje com duas crianças, Stephanie conta que essa consciência foi incorporada naturalmente pelos pequenos. “Eles foram acostumados com cadeirinhas e com assento. Nem preciso pedir, já colocam. Felizmente, é um movimento educacional bem forte na geração deles”, avalia. Ela também nunca abre mão do uso do equipamento em carros por aplicativo. “Me sinto mais segura porque a forma de dirigir de um motorista para outro varia muito.”
Com a consultora Lilian Llorca Dall o comportamento é muito parecido, sendo “obrigatório” o cinto em qualquer trajeto. “Tivemos acidente na família no passado e entendemos como é fundamental o equipamento para evitar problemas graves. Por isso, nem penso e já coloco assim que entro no carro”, conta. “As crianças também estão acostumadas, prendem o equipamento sozinhas, e, quando estou dirigindo, exijo que todos dentro do carro estejam afivelados”, finaliza.
Alertas reforçam a mensagem — A 99, empresa de tecnologia ligada à mobilidade urbana e à conveniência, sempre teve como premissa a direção segura, solicitando o uso do cinto de segurança a todos os ocupantes do veículo. A companhia entende que, na sociedade, a participação de todos é fundamental para a mudança desse comportamento. Todas essas condutas estão no Guia da Comunidade, feito em parceria com o Instituto Ethos, lançado em 2020.
Mas, recentemente, reforçou essa política ao adotar outras medidas, como campanhas massivas de educação sobre a importância do equipamento, banners e adesivos fixados nos veículos pedindo o uso dessa proteção – alertando, inclusive, sobre a possibilidade de o motorista parceiro cancelar a viagem caso o passageiro se recuse a usá-lo.
A 99 também conta com mensagens de voz para reforçar a conduta necessária, incluindo um local no app para que motoristas e passageiros reportem viagens sem cinto de segurança, com alertas e até bloqueios, em caso de reincidência.
LEI DETERMINA USO PARA TODOS OS OCUPANTES DO CARRO