As festas de São João estão voltando às ruas após quase dois anos de isolamento social. Porém, em alguns estados, resquícios da pandemia mantiveram celebrações tradicionais suspensas este ano. Para voltar a pular fogueira em grande estilo, o Expresso na Perifa, em parceria com o Nós, Mulheres da Periferia, selecionou arraiais tradicionais para curtir com todo o calor do folclore brasileiro.
Festival Folclórico de Parintins (AM)
A 55ª edição do Festival Folclórico de Parintins, celebrado desde 1965 na ilha de Parintins, a 420 quilômetros de Manaus, vai durar três dias. De 24 a 26 de junho, a festa acontece no Centro Cultural e Esportivo Amazonino Mendes, mais conhecido como bumbódromo, que tem o formato de uma cabeça de boi.
O festival é marcado pela rivalidade entre bois que representam o folclore do boi-bumbá, uma variação da história do bumba meu boi. Caprichoso, representado pela cor vermelha, é visto como o “boi do povo”; e Garantido, representado pela cor azul, é relacionado à “elite”.
Festival Bumba Meu Boi em São Luís (MA)
A preparação para os festejos começou em maio, com o festival Maranhão de Reencontros, que reuniu diversas manifestações artísticas tradicionais, e os ensaios de grupos de bumba meu boi no Estado.
Também conhecida como boi-bumbá, o bumba meu boi acontece desde o século 18 em comemoração aos santos populares dos meses de junho e julho. Também é marcada por danças típicas das regiões norte e nordeste, mas há manifestações do tipo em todas as partes do Brasil.
Os festejos giram em torno da lenda da morte e ressurreição de um boi: Mãe Catirina teve desejo de comer língua de boi quando estava grávida. Seu marido, Pai Francisco, não poupou esforços e foi atrás do boi favorito do fazendeiro para quem trabalhava. Este pede para que os empregados procurem o boi desaparecido, encontrado quase morto — com a ajuda de um curandeiro ele se recupera, mas há quem diga que o animal tinha morrido foi ressuscitado por um pajé.
São João de Campina Grande (PB)
Conhecida como o maior São João do mundo, a festa em Campina Grande, a 113 quilômetros de João Pessoa, deixa para trás duas edições anteriores que foram online e volta ao formato presencial. São trinta dias de festejo — com algumas restrições e cuidados sanitários.
O São João de Campina Grande é uma das principais festas juninas do Brasil e acontece na Paraíba desde 1985. A data mais importante é 24 de junho (dia de São João), mas há festas durante todo o mês, com apresentações de forró, competições de quadrilha e comidas típicas.
Forró Caju em Aracaju (SE)
O slogan deste ano é “de volta e danado de bom”. Depois de dois anos de atrações online, os festejos que começaram no dia 31 de maio vão até 29 de junho. Fórum do Forró, Circuito Folclórico Sergipano e Circular Junino estão entre as atrações.
Criado em 1993, o Forró Caju não tem uma base folclórica específica como as outras festas listadas, mas o ganhou o status de mega evento, com espaço exclusivo e uma programação robusta de música, culinária e artesanato. A festa valoriza artistas locais e grandes nomes e movimenta turismo e economia.
Mossoró Cidade Junina (RN)
No retorno presencial, são celebrados também 25 anos de festa, com shows de artistas regionais, quadrilhas juninas, artesanato e comidas típicas em Mossoró. A cidade fica a 225 quilômetros de Natal. Terceira maior festa de São João do País, realizada desde 1996, a Cidade Junina atrai 1 milhão de pessoas por ano. O tema de 2022 é “tradição e liberdade’. Vai até o dia 25 de junho.
Terejunina em Teresina (PI)
Dos eventos listados nesta página, este é o mais jovem: a primeira edição aconteceu em 2013. Ao longo do mês de junho, os festejos valorizam a cultura local em shows, apresentações de quadrilhas e de bumba meu boi.
São João em Bonfim (BA)
Em Senhor do Bonfim, cidade no norte da Bahia e capital baiana do forró, os festejos vão de 22 a 26 de junho no Espaço Gonzagão. Originária das periferias da cidade, a festa é um fruto das trezenas de Santo Antônio, com orações ao santo por 13 dias. A tradição começou a atrair e estimular a criação de algumas manifestações culturais como as alvoradas e as bandas de pífano. Ao longo dos anos, foram agregadas as cantadeiras de roda que, em grupos, cantavam durante as festas de Santo Antônio, São João, São Pedro e São Marçal. Nesta época, são manifestações tradicionais a guerra de espadas e o forró do “sfrega”.