Mundo não acabará com pobreza extrema até 2030, diz Banco Mundial

Pessoas pegam alimentos e produtos descartados por supermercado antes da coleta de lixo. A cena foi registrada na rua do Rezende, na região central do Rio de Janeiro, no dia 8 de agosto de 2022. FOTO: ONOFRE VERAS/THENEWS2/ESTADÃO CONTEÚDO

06/10/2022 - Tempo de leitura: 1 minuto, 44 segundos
Com reportagem de Carlos Dias, O Estado de S. Paulo

É improvável que o mundo atinja a meta de acabar com a pobreza extrema até 2030, sem taxas de crescimento econômico que desafiam a história no restante desta década, de acordo com um novo estudo do Banco Mundial. O estudo conclui que a crise da covid-19 causou o maior revés nos esforços globais de redução da pobreza desde 1990, e a guerra na Ucrânia ameaça piorar as coisas.

O mais recente Relatório de Pobreza e Prosperidade Compartilhada do Banco Mundial fornece a primeira visão abrangente do cenário global da pobreza após a série de choques na economia global nos últimos anos. Estima-se que a pandemia empurrou cerca de 70 milhões de pessoas para a pobreza extrema em 2020, o maior aumento em um ano desde que o monitoramento começou em 1990.

Como resultado, cerca de 719 milhões de pessoas subsistiam com menos de US$ 2,15 por dia até o final de 2020.

“O progresso na redução da pobreza extrema parou essencialmente em conjunto com o crescimento econômico global moderado”, disse o presidente do Banco Mundial, David Malpass. “Preocupante para nossa missão é o aumento da pobreza extrema e o declínio da prosperidade trazido pela inflação, depreciações da moeda e crises mais amplas sobrepostas que enfrentam o desenvolvimento. Isso significa uma perspectiva sombria para bilhões de pessoas em todo o mundo”, afirmou.

“Ajustes das políticas macroeconômicas são necessários para melhorar a alocação do capital global, promover a estabilidade da moeda, reduzir a inflação e reiniciar o crescimento da renda média. A alternativa é o crescimento global desacelerado do status quo, taxas de juros mais altas, maior aversão ao risco e fragilidade em muitos países em desenvolvimento”, acrescentou o dirigente. “As perdas de renda foram em média de 4% para os 40% mais pobres, o dobro das perdas dos 20% mais ricos da distribuição de renda. A desigualdade global aumentou, como resultado, pela primeira vez em décadas”, conclui Malpass.