A língua portuguesa é viva e com o passar do tempo se adapta a contextos sociais, políticos e culturais dos países em que é falada. Muitas vezes esses movimentos são capazes de fazer o dicionário absorver ou banir palavras. Um dos debates mais agitados dos últimos anos é o uso da linguagem neutra para abranger indivíduos não binários, que não se identificam nem com o gênero masculino nem o feminino, e variações igualitárias para homens, mulheres e pessoas de outras identidades de gênero.
Sobre esse assunto, o Expresso na Perifa conversou com Jupitter. Ele é ativista dos direitos LGBTQIA+, poeta e MC do grupo Rap Plus Size.
Jupitter defende a linguagem neutra como uma manifestação inclusiva e de combate ao sexismo e ao machismo.
Ninguém sabe se (ou quando) a discussão vai impulsionar uma transformação gramatical a ponto de a sociedade adotar amplamente a linguagem neutra. Mas há quem enxergue essa possibilidade como questão de tempo e necessidade.
Em 2020, quando repercutia uma notícia sobre uma escola do Rio de Janeiro que resolveu adotar o discurso inclusivo — e foi confrontada por dois deputados que queriam proibir a medida —, o Jornal Extra entrevistou o professor Pasquale Cipro Neto. Ele fez o seguinte comentário: “A língua, mais cedo ou mais tarde, vai se adaptar à realidade da igualdade, da identidade e da assunção, no sentido de assumir o que se é. É um fenômeno no qual o único timoneiro é o usuário na língua. Os tempos mudam, e as realidades mudam”.
Podcast Expresso na Perifa
Direção: Lucas Veloso
Apresentação: Artur dos Anjos
Locução de vinhetas: Viviane Zandonadi