A importância das equipes na Stock Car

O traçado do Velocitta é técnico e desafiador. Foto: Marcelo Machado de Melo
Alan Magalhães
11/05/2022 - Tempo de leitura: 4 minutos, 27 segundos

Depois de três etapas e seis corridas disputadas, a tabela da Stock Car Pro Series aponta o paulista Daniel Serra, da Equipe RC, na liderança, com 99 pontos. Atual campeão, o paranaense Gabriel Casagrande, que defende a A.Mattheis/Vogel, vem logo atrás, a apenas 1 ponto, à frente de mais um paulista, Thiago Camilo (Ipiranga Racing), em terceiro, com 78.

São três equipes distintas, sendo a RC conduzida pelo preparador paranaense Rosinei Campos, com sede em Pinhais (PR), responsável pelo Chevrolet Cruze de Daniel Serra, a A.Mattheis/Vogel, com endereço em Petrópolis (RJ) e encabeçada por duas lendas do automobilismo brasileiro, Andreas Mattheis e Mauro Vogel, e, completando o trio, a Ipiranga Racing, também com sede em Petrópolis, porém, gerida exclusivamente por Andreas Mattheis, que prepara o melhor Toyota Corolla na tabela de pontos, pilotado por Camilo.

Se existe a tradicional rivalidade entre pilotos, sempre noticiada e acompanhada de perto pelos torcedores, há uma outra, tão ferrenha quanto, entre as equipes, cujas estruturas não devem nada às grandes escuderias internacionais.

Sexto na tabela, atrás dos pilotos da RC, A.Mattheis/Vogel e Ipiranga, aparece um dos jovens talentos da nova geração, Gaetano Di Mauro, que defende a KTF Sports, sediada no município de Cotia, na região metropolitana de São Paulo. Fundada em 2018, a KTF faz a engenharia e a logística de carros da Stock Pro Series, da Stock Series e da mais nova categoria-escola do País, a BRB Fórmula 4 Brasil, que também estreia no próximo final de semana. Além de Di Mauro, defendem a KTF os paulistas Guilherme Salas e Felipe Baptista e o brasiliense Lucas Foresti.

Outra equipe que chama a atenção pela grandeza é a Full Time Sports, onde são preparados os Toyota Corolla de Rubens Barrichello, setimo na tabela, com 56 pontos, e do estreante na categoria, Gianluca Petecof. Sob o mesmo teto, no município de Vinhedo (SP), são preparados mais dois Corolla pela Bassani Racing, de Rafael Suzuki, decimo na tabela, e Tony Kanaan, 17º. Kanaan, por sinal, cumprirá uma verdadeira maratona neste mês.

Além da etapa do próximo final de semana na Stock Car, correrá as 500 Milhas de Indianápolis, mais importante corrida do automobilismo norte-americano, pela 21ª vez.

Por falar em “sob o mesmo teto”, vale ressaltar que o oitavo colocado na tabela da Stock Car Pro, Bruno Baptista, que comemora uma década de carreira nessa etapa, tem seu Toyota Corolla preparado em conjunto com o carro do curitibano Ricardo Zonta, pela equipe RCM Motorsports, que faz parte da RC, do Meinha, de onde saem quatro carros para cada etapa.

Palco de sonho

Neste final de semana, com transmissão ao vivo pelo site do Estadão, os torcedores da Stock Car assistirão a uma corrida disputada em um dos mais técnicos e seletivos autódromos do Brasil. A pista oferece quatro configurações distintas, chamadas de circuitos Completo, Oeste, Leste e Leste com H.

Nas provas de Stock Car, que abrem as comemorações dos dez anos do Velocitta, utiliza-se o Circuito Completo, de 3.493 metros, 30 posições demarcadas no grid de largada, capacidade de até 38 veículos na reta principal, 14 curvas e 15 postos de sinalização. O desnível máximo aponta 45 metros entre o ponto mais alto e o mais baixo da pista.

O traçado desafiador testa a habilidade dos pilotos constantemente, proporcionando belas ultrapassagens e fortes emoções durante as provas. Há curvas que simulam trajetos icônicos dos mais famosos autódromos do mundo, entre as quais se destaca a “Caipirinha”, inspirada da mítica Eau Rouge, do autódromo belga de Spa Francorchamps.

Utilizado pela Stock Car desde 2017, o maior vencedor do Velocitta é Thiago Camilo, com três vitórias. Ele também está na frente no número de poles positions, duas. Gabriel Casagrande, com sua conhecida regularidade, é o que mais subiu no pódio por lá. Porém, o maior pontuador nessa pista é Daniel Serra. Façam suas apostas; enquanto isso, as equipes fazem o trabalho delas.


O moderníssimo Fórmula 4 em seu primeiro teste de pista, no Brasil. Foto: Duda Bairros

Carente de categorias de suporte, chamadas de categorias-escola, o Brasil assistirá, no próximo final de semana, à estreia da BRB Fórmula 4 Brasil, certificada pela FIA. O acordo foi assinado em agosto [DE “de 2021”?], na Itália, por Fernando Julianelli, CEO da Vicar, e Gianfranco De Bellis, presidente da Tatuus, fabricante oficial dos carros e licenciada pela Federação Internacional do Automóvel (FIA). O novo campeonato terá supervisão da Confederação Brasileira de Automobilismo (CBA), cujo presidente, Giovanni Guerra, foi o responsável por elaborar todo o projeto da categoria nacional junto à FIA – etapa necessária que antecedeu as fases comerciais e logísticas.

“A Fórmula 4 foi criada pela FIA para ser o primeiro passo de jovens pilotos que saem do kart rumo à Fórmula 1 e precisam de uma categoria que dê continuidade ao aprendizado. Ao mesmo tempo que os desenvolve nas questões profissionais do esporte”, explica Fernando Julianelli.

A próxima etapa da Stock Car acontecerá no dia 15 de maio, no autódromo Velocitta, em Mogi Guaçu (SP), com transmissão ao vivo pelo site do Estadão