Free-Flow dará o tom da estrada do futuro

Petrus Moreira, superintendente da Veloe, participou da programação do Parque da Mobilidade Urbana 2022. Foto: Joel Silva/Estadão Blue Studio
Estadão Blue Studio
29/06/2022 - Tempo de leitura: 2 minutos, 31 segundos

“Precisamos promover inteligência e tecnologia para a mobilidade, a fim de trazer bem-estar para as pessoas.” Essa foi a síntese da participação de Petrus Moreira, superintendente de Produtos B2C e B2B2C da Veloe, empresa especializada em mobilidade, no painel “Como vão funcionar as rodovias do futuro?”, realizado em 23 de junho, primeiro dia do evento Parque da Mobilidade Urbana 2022, realizado no Memorial da América Latina, em São Paulo.

Moreira falou sobre as iniciativas que poderão impactar na vida dos usuários e destacou, principalmente, a implementação do Free-Flow, o sistema de cobrança automática que elimina as praças de pedágio. “O Free-Flow é uma evolução nas viagens das pessoas”, afirma. “Otimiza o tempo e reduz o custo de quem está na estrada.”

Segundo o executivo da Veloe, o Free-Flow trará economia para as empresas transportadoras. Sem precisar parar nos pedágios, elas terão menos gastos com itens como freio e óleo. “O motorista desperdiça em torno de uma hora em um caminho com 10 pedágios”, diz Moreira. 

Ele ressalta que esse modelo de negócios é o mais justo, porque o motorista paga apenas o trecho percorrido. “Estudos das concessionárias mostram que 10% dos usuários das rodovias pagam 100% dos custos das estradas e financiam os outros 90%, que buscam alternativas para pagar menos tarifa”, revela.

Identificação por tag

A implantação do Free-Flow no Brasil é uma medida de curto prazo, com previsão de acontecer entre cinco e dez anos. “Para reduzir a complexidade da operação, é preciso existir a participação colaborativa do Ministério da Infraestrutura e de empresas públicas e privadas”, defende.

Como a tendência é que o Free-Flow tire de cena as praças de pedágio, os automóveis serão identificados para a cobrança de tarifa por meio de tags ou pela leitura das placas, com a fatura sendo enviada para o endereço de registro do veículo. “A tag é o dispositivo que se adapta melhor, porque não altera a experiência já existente de quem paga os pedágios dessa maneira”, acentua.

Mas Moreira alerta para os riscos desse modelo de negócio, como a inadimplência. “Para se ter ideia, em 2021, mais de um milhão de proprietários de veículos não pagaram IPVA no Estado de São Paulo”, revela. “Outra dificuldade é que o Brasil tem estradas repletas de saídas e acessos, que complicam a implementação integral e simultânea do sistema.”

As rodovias do futuro não se resumem à adoção do Free-Flow. Para Petrus Moreira, futuramente, elas poderão carregar as baterias dos automóveis elétricos por indução e o asfalto vai regenerar os buracos sem a necessidade de trabalhadores na pista. Além disso, motoristas e veículos poderão se comunicar pela tecnologia V2X, com os próprios carros alimentando a rede de dados com informações como trânsito, tempo e acidentes na pista.