Maior competição off-road das Américas, o Rally dos Sertões 2021 terá um roteiro 100% nordestino, pela primeira vez, ao longo de suas 29 edições.
A prova larga, em 13 de agosto, na Praia da Pipa, no Rio Grande do Norte, e termina na Praia dos Carneiros, em Pernambuco, no dia 22 do próximo mês.
Com o tema “Sertões 100% Sertão”, o rali deste ano vai passar por sete dos nove Estados da Região Nordeste (veja mapa abaixo), e o cenário será de Caatinga, um bioma exclusivo do Brasil. Além do Rio Grande do Norte, os competidores atravessarão Paraíba, Pernambuco, Piauí, Bahia, Alagoas e Ceará.
O percurso terá 3.548 quilômetros ao longo de dez dias, incluindo o prólogo, que define a ordem de largada, e mais nove etapas. Os trechos especiais, ou seja, em que os competidores aceleram para valer, somam 2.180 quilômetros, o que representa 60% do trajeto.
De acordo com a organização, a equipe técnica do Rally dos Sertões criou uma edição que deve encantar os competidores em termos de belezas naturais e desafios. “Preparamos muitas novidades para este ano. Uma edição 100% no Nordeste, fato inédito na história do Sertões, com largada e chegada também em cidades inéditas. A grande razão de existir do rali é promover o Brasil”, afirma Joaquim Monteiro, CEO do Sertões, referindo-se à passagem do rali deste ano pela Serra da Capivara, no Piauí, e também pelo entorno do Rio São Francisco.
A menos de um mês do início da prova, o Rally dos Sertões confirma seu protagonismo entre as competições off-road no País, com recorde de inscritos. O grid de largada terá, ao todo, 203 veículos, sendo 73 motos/quadriciclos, 37 carros, 93 UTVs, totalizando 333 competidores, já que carros e UTVs contam, além do piloto, com navegador. O número é recorde absoluto na história da prova – o maior grid registrado até então foi em 2019, com 187 veículos.
O Sertões também contará como uma das etapas do Campeonato Mundial de Rally Cross-Country, em 2021, para motos, quadriciclos e UTVs, com a chancela da Federação Internacional de Motociclismo (FIM). Em 2020, a prova já seria uma etapa no calendário, mas, em função da pandemia, a FIM cancelou o campeonato do ano passado, embora o Sertões tenha sido realizado sob rígidos protocolos de saúde e segurança.
“As etapas não serão tão longas, mas os dias prometem ser intensos e disputados. No roteiro, a etapa-chave será o primeiro dia da maratona – na qual os competidores não têm ajuda externa mecânica –, com chegada a Xique Xique (BA), em que teremos muita areia. Já passamos lá em outras edições e é uma região muito dura. Estamos treinando intensamente para estarmos bem preparados para mais esse desafio”, comenta Jean Azevedo, 47 anos, piloto da equipe Honda Racing, que tem sete títulos do Sertões na classificação geral das motos.
Na edição deste ano, a Vila Sertões, local em que a caravana do rali acampa de um dia para o outro, terá um modelo híbrido. Em 2020, devido à covid-19, todos os participantes eram obrigados a ficar em “bolhas”, lugares isolados e com rígido controle de entrada. Agora, em 2021, competidores e equipes poderão usar hotelaria e restaurantes das cidades anfitriãs, priorizando os estabelecimentos com o Selo Turismo Responsável, lançado pelo Ministério do Turismo, que estabelece boas práticas de higienização para cada segmento do setor.
Mas a organização frisa que será feito um monitoramento da situação da pandemia em cada local e, caso seja necessário, poderão ser implantadas adequações ao modelo adotado, garantindo, assim, a segurança dos competidores e moradores de cada cidade anfitriã.