Projeto usa realidade virtual para treinar pessoas com deficiência a usarem transporte público

Sala do simulador, que é ambientada no metrô de São Paulo. Foto: Divulgação/IJC

Há 6 dias - Tempo de leitura: 2 minutos, 37 segundos

De acordo com estimativas da Organização Mundial da Saúde (OMS), há 70 milhões de pessoas com transtorno do espectro autista (TEA) no mundo e, no Brasil, acredita-se que 2 milhões de cidadãos tenham algum grau de autismo. Além disso, em torno de 2,6 milhões de brasileiros – cerca de 1,4% da população do País – declararam ter algum tipo de deficiência intelectual.

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Com foco nessa realidade, o Instituto Jô Clemente (IJC) firmou uma parceria com a Alstom Foundation para viabilizar a segunda fase do programa Realidade Virtual para Inclusão. A iniciativa, contudo, tem foco no treinamento de pessoas com deficiência (PCDs) para que se habituem a usar o transporte público.

Assim, o projeto prevê a formação de mais de 900 participantes, com meta de incluir 375 deles no mercado de trabalho. Em sua maioria, são pessoas com deficiência intelectual e transtorno do espectro autista (TEA).

Tecnologia para treinar pessoas com deficiência

Realizado na sede do Instituto Jô Clemente (IJC), o treinamento usa um software de realidade virtual para simular ambientes reais, como o metrô de São Paulo. Dessa forma, essa segunda fase da iniciativa foca o treinamento de situações mais complexas, como transferências dentro da rede metroviária.

“A expansão do programa para um sistema de transporte tão desafiador quanto o metrô reforça o compromisso da Alstom Foundation e do IJC com a inclusão e a autonomia de pessoas com deficiência intelectual e TEA,” diz Ana Caiasso, diretora de comunicação e responsabilidade social corporativa da Alstom para a América Latina.

De acordo com a empresa, a nova fase permitiu ao IJC adquirir novos equipamentos, como headsets adicionais de realidade virtual e carregadores extras, o que possibilita acesso ininterrupto às experiências imersivas.

Como são os treinamentos, na prática

Para ganhar confiança ao usar o transporte público, os participantes fazem exercícios de embarque e desembarque, além de memorização de rotas. Nesta etapa do treinamento, entretanto, as pessoas também treinam como fazer transferências dentro da rede.

Partiticipantes do treinamento na sala ambientada no Instituto Jô Clemente. Foto Divulgação IJC

De acordo com a parceria, o programa também disponibiliza instruções visuais e ferramentas de comunicação visual e auditiva. Esses materiais facilitam a interação e a compreensão do conteúdo pelos participantes.

O programa foi desenvolvido com o apoio técnico do Centro Interdisciplinar de Tecnologias Interativas da Universidade de São Paulo (LSI-TEC-USP).

Dessa forma, o novo espaço de treinamento fica na sede do Instituto Jô Clemente (IJC), localizado na Vila Clementino, em São Paulo. O espaço será utilizado para complementar as aulas e atividades já oferecidas pelo Instituto.

“Estamos entusiasmados com essa segunda etapa do projeto. Essa tecnologia inovadora facilita a autonomia e a segurança nos deslocamentos, ampliando as oportunidades de participação social das pessoas que atendemos”, afirma Daniela Mendes, CEO no Instituto Jô Clemente (IJC).