As capitais Santiago (Chile) e Bogotá (Colômbia) foram a inspiração para a cidade paranaense de Cascavel adotar veículos elétricos no transporte. Foto: Divulgação TEVX Higer
A eletrificação da frota de ônibus urbanos no Brasil acaba de ganhar um capítulo importante em Cascavel (PR). Em uma medida pioneira, a cidade de 350 mil habitantes inaugurou um eletroterminal para operar 15 ônibus elétricos da chinesa Higer Bus, representada no Brasil pela empresa TEVX.
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As 15 unidades 100% elétricas dos veículos da Higer são da linha Azure: 13 do modelo Padron, de 13 metros, e duas articuladas, com 18 metros. Dois ônibus já estão atendendo ao público e os demais entrarão em operação assistida até o fim de agosto.
“Os ônibus foram produzidos de acordo com as condições viárias da cidade de Cascavel como, por exemplo, instalação de três portas do lado esquerdo”, afirma Carlos Eduardo Cardoso de Souza, diretor executivo da TEVX Higer.
Ao ser aprovada em um processo de licitação promovido pela municipalidade, a TEVX Higer garantiu o direito de comercializar os 15 veículos por aproximadamente R$ 43 milhões. Coube à Companhia Paranaense de Energia (Copel) a incumbência de montar a infraestrutura para o fornecimento de energia do eletroterminal.
O local tem capacidade de reabastecer as baterias de 14 ônibus elétricos ao mesmo tempo. Outros dois pontos da chamada recarga de oportunidade foram instalados nos terminais Sul e Leste da cidade.
Ou seja, em pequenos intervalos da jornada diária do ônibus, de 20 ou 30 minutos, é possível realimentar um pouco mais a bateria. O investimento do projeto do eletroterminal, incluindo a obra civil e os dois pontos extras, chega a R$ 9 milhões.
Os 15 novos veículos da TEVX Higer representam 12% da frota total de ônibus urbanos de Cascavel, que atendem aproximadamente 63 mil usuários por dia. “Essa eletrificação de parte da frota reduzirá a emissão de 2.000 toneladas de CO2 por ano no transporte público da cidade, o equivalente ao plantio de 13 mil árvores”, comemora o prefeito de Cascavel, Leonaldo Paranhos.
O projeto contemplou também a construção de uma usina fotovoltaica exclusiva, capaz de gerar energia superior à demanda do terminal. O excedente produzido pelas placas solares será direcionado para o consumo de prédios públicos.
Para levar adiante seu projeto de eletrificação, Cascavel adotou como inspiração as capitais Santiago (Chile) e Bogotá (Colômbia), as duas cidades com a maior frota de ônibus movidos a bateria da América Latina. O planejamento da cidade é eletrificar totalmente a frota de ônibus coletivos em um prazo de dez anos. A TEVX Higer quer contribuir ainda mais na execução do plano.
“Nossos modelos são sustentáveis, sem poluição, com muito conforto e possuem moderno sistema de monitoramento”, revela Souza. As duas versões do modelo Azure exibem outros atributos, como autonomia de 270 quilômetros, que pode aumentar em até 30% graças ao sistema de freios regenerativos. A recarga completa da bateria demora apenas três horas.
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Construídos em monobloco, os ônibus dispõem de entradas USB em toda a lateral e nos balaústres para quem viaja de pé, iluminação de LEDs no teto, ajuste pneumático no banco do motorista, painel digital e câmeras com visão 360º para evitar pontos cegos. O acesso aos usuários com mobilidade reduzida é facilitado pela rampa de embarque e pelo piso baixo total.
Para conduzir veículos tão tecnológicos, 50 motoristas passaram pelo programa de capacitação comandada por uma equipe especializada da TEVX Higer. “Não é só sentar e acelerar. A experiência de dirigir um ônibus elétrico exige treinamento”, destaca o executivo.
Ele conta ainda que a iniciativa de Cascavel deverá motivar outros centros a realizar o mesmo tipo de investimento. “O nível de satisfação dos passageiros é tão grande que depois eles nem querem mais andar de ônibus com motor a combustão”, justifica.
Souza adianta que a TEVX Higer prepara outra novidade, reservada para a 24ª edição da Fenatran, o Salão Internacional do Transporte Rodoviário de Carga, que ocorrerá em novembro, em São Paulo: a apresentação de uma linha de vans, furgões e um caminhão de 40 toneladas 100% elétricos.
Os lançamentos são o impulso que faltava para a companhia concretizar uma estratégia ousada: fabricar no Brasil. “Ainda não temos o cronograma definido, mas pretendemos produzir localmente já a partir de 2025, com investimentos iniciais entre R$ 50 e R$ 100 milhões”, completa. “Teremos condições de fazer de 400 a 500 veículos por mês.”
A Neue Klasse, nova plataforma modular da BMW, marcará uma nova era da eletrificação da fabricante alemã. Para a companhia, o sucesso dos carros derivados da Neue Klassee – que serão lançados a partir do segundo semestre de 2025 – dependerá da produção de baterias de alta voltagem.
Por isso, a BMW está construindo cinco fábricas na Alemanha, Hungria, China, no México e nos Estados Unidos para produzir as baterias de sexta geração. Elas serão montadas o mais próximo possível das fábricas de carros, seguindo o princípio “local for local”.
As curtas distâncias entre as fábricas de baterias e veículos reduzirão a pegada de carbono do ciclo de produção de carros e facilitarão a logística. “As baterias vão incorporar novas células cilíndricas, oferecendo densidade de energia, tempo de recarga e autonomia superiores”, diz Milan Nedeljković, membro do conselho de produção da BMW AG.
O cronograma da BMW prevê a produção dos modelos elétricos da Neue Klasse na Alemanha e na Hungria no próximo ano, na China e nos Estados Unidos em 2026 e no México em 2027. O segundo passo será lançar os carros com a sexta geração de baterias em outros mercados.
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