Saiba o que muda nas oficinas de manutenção de carro elétrico

Oficinas precisam capacitar seus profissionais para dar conta do volume crescente de manutenção de veículos elétricos. Foto: Adobe Stock

Há 4 dias - Tempo de leitura: 2 minutos, 39 segundos

A eletrificação automotiva brasileira trouxe um desafio não apenas para as fabricantes, mas também para as oficinas – das concessionárias ou independentes –, que precisam se preparar para fazer a revisão e a manutenção dos modelos movidos a bateria. Existe uma redução dos equipamentos tradicionais para os cuidados desses veículos, porém, outros novos aparelhos são vitais para atender a essa nova demanda.

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A manutenção dos elétricos dispensa, por exemplo, o ferramental usado na substituição de correias sincronizadoras dos motores a combustão, assim como chaves de vela, extratores de polias de virabrequim e as ferramentas de diagnóstico de pressão de combustível e injeção.

“Em compensação, as oficinas agora investem em scanners para diagnóstico dos módulos e da bateria e ferramentas isoladas, adequadas para os sistemas elétricos. Elevadores para eventual manutenção da bateria também são bem-vindos”, afirma Davi Bertoncello, diretor de relações institucionais e cofundador da Tupi Mobilidade, empresa de soluções para o ecossistema da eletromobilidade.

Segundo Bertoncello, equipamentos de proteção individual (EPI) são mandatórios, como luvas isolantes, proteção facial e calçados especiais, muito utilizados no setor da manutenção elétrica industrial.

Além dos equipamentos, as oficinas precisam capacitar seus profissionais para dar conta do volume crescente de manutenção de veículos elétricos. Ainda hoje, o mercado mundial carece de vasta mão de obra qualificada para mexer nesse tipo de automóvel, que é mais moderno e tem particularidades na reparação. “Por isso, é fundamental que as oficinas se preocupem em treinamentos especializados”, destaca.

Cuidados com alta tensão

“Outro ponto importante são as adaptações necessárias nas oficinas, a fim de evitar eventuais riscos provocados pelas baterias de alta tensão. Dessa forma, a área onde o carro vai ser desmontado e consertado precisa de isolamento para não ter contato com a água e demais condutores de energia”, revela o executivo da Tupi.

Os motores elétricos são alimentados por baterias de alta tensão, que podem chegar a 600 volts, ou seja, uma fonte de choques elétricos quando não são seguidos procedimentos para desativação dos componentes energizados.

Todas as baterias possuem um interruptor de segurança ou um mecanismo para desconectá-las do sistema elétrico do veículo. Outra precaução do operador é garantir que a ignição esteja desligada e a chave afastada do veículo antes da reparação.

Com a energia ligada, o sistema de alta tensão estará ativo, apresentando possibilidade de choque se houver contato direto com qualquer um de seus componentes elétricos não isolados (como o inversor sob o capô).

Uma recomendação dos fabricantes é esperar 15 minutos antes de trabalhar no veículo depois de a bateria ser isolada ou desconectada. Os capacitores de alta tensão dentro do inversor levam um tempo para esgotar a energia armazenada.

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