Dirigir não é uma tarefa fácil. Afinal, é preciso lidar com diversos comandos simultaneamente, enquanto se observa o trânsito ao redor. Esse movimento, natural para motoristas experientes, não é tão simples para quem está começando. E o modelo do veículo pode dificultar. Então, qual o melhor carro para iniciantes?
Se o motorista tiver condições, o melhor é optar por um automóvel automático e dotado de assistências.
“Atualmente, as trocas automáticas de marcha e os sistemas avançados de assistência possibilitam que recursos eletrônicos como sensores, atuadores, módulos de controle e software auxiliem o motorista com alertas e ações autônomas para evitar colisões”, afirma Cleber William Gomes, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
Carros mais modernos oferecem também o sistema de condução semiautônoma. Ele reúne dispositivos como controle de cruzeiro adaptativo, que programa a velocidade do veículo respeitando o ritmo do carro à frente. Além do mais, possuem recursos como frenagem de emergência e assistente de faixa, em que o automóvel “lê” as sinalizações para se manter entre elas.
O professor ressalta a importância de usar as evoluções tecnológicas corretamente. Ou seja: respeitando as leis de trânsito e as recomendações do fabricante. “São benéficas para tornar a experiência de dirigir mais positiva, segura e confortável”, diz.
É natural que motoristas iniciantes prefiram carros com câmbio automático. Os veículos com esse equipamento, inclusive, já são maioria no mercado, deixando as trocas manuais somente para modelos de entrada ou esportivos.
De toda forma, aprender a dirigir o veículo com transmissão manual é essencial para fazer a avaliação do Detran na hora de obter a Carteira Nacional de Habilitação (CNH).
Contudo, quem está aprendendo a dirigir deve evitar carros esportivos. Veículos muito rápidos exigem certa perícia, ainda mais se tiverem tração traseira, com tendência a escorregar mais se não forem devidamente domados. “A falta de experiência e de cautela é risco para qualquer motorista”, diz Gomes.
O professor adverte que carros muito rápidos, aliados à falta de experiência do condutor, tornam-se perigosos. “O veículo conduzido em alta velocidade muda o tempo de frenagem e a estabilidade”, explica. Assim, mesmo que o carro seja potente, o iniciante deve manter ritmos mais lentos.
Outro ponto de atenção para iniciantes é conhecer bem o próprio carro. Durante as condições de ultrapassagem, por exemplo, deve-se avaliar se, diante da velocidade do veículo à frente, a manobra pode ser feita. Isso exige uma distância viável e segura. Gomes também alerta sobre o uso de equipamentos de entretenimento. Telas, luzes e imagens em movimento podem tirar a atenção dos novos motoristas. Por fim, o docente lembra que conhecer as leis de trânsito é fundamental para o iniciante. “É preciso obedecer às sinalizações. Mas a principal função das leis é prevenir acidentes e mortes e não evitar multas por infração de trânsito”, afirma.