A principal função da correia dentada é sincronizar o comando de válvulas — que controla o fluxo de gases no interior dos cilindros — com o virabrequim, responsável pela transferência da força do motor às rodas.
Geralmente, a peça atinge seu limite de desgaste e deve ser substituída, em média, a cada 40 ou 50 mil quilômetros rodados, ou em intervalo de dois a cinco anos, dependendo da recomendação do fabricante e do uso do veículo.
A troca dessa peça no momento certo é muito importante. “Se ela quebrar, danos mais graves podem acontecer no motor”, afirma o professor Cleber William Gomes, do Departamento de Engenharia Mecânica e Automobilística da FEI.
Ele explica que é provável acontecer um “atropelamento” de válvulas do comando (quando o pistão se choca com uma válvula aberta), causando um prejuízo que custará até cinco vezes mais do que sua simples substituição. Portanto, para evitar dor de cabeça desnecessária, faça a troca dentro do prazo determinado.
A correia dentada apresenta alguns sintomas quando está com problemas. O mais conhecido é o ruído alto e estridente vindo da parte da frente do veículo.
Isso ocorre pelo desajuste, desalinhamento ou falta de balanceamento. A única maneira de eliminar o barulho desagradável é substituir a correia dentada ou levar o carro a um mecânico de confiança para que ela possa ser tensionada corretamente, se for o caso.
Outro sinal comum que indica defeito do componente é o superaquecimento do motor. Da mesma forma que a correia ajuda a fornecer energia para resfriá-lo, ela também leva ao aquecimento se estiver avariada.
A hora da troca
Quando o carro é muito utilizado em condições extremas, como em trilhas de terra, a correia se deteriora mais rapidamente.
É necessário levar o carro ao mecânico assim que o motorista observar superaquecimento. O rompimento da correia dentada fará o motor perder potência e provocará problemas sérios em outros componentes.
“Antes da troca da correia, faça uma inspeção visual no carro, que permite descobrir, por exemplo, a situação real da peça”, recomenda Gomes.
É importante prestar atenção aos prazos de troca e revisão. Como o mau funcionamento da correia não causa alterações significativas ou perceptíveis no desempenho do carro, torna-se mais difícil prever ou sentir um eventual rompimento no momento exato em que ele acontece.
Siga a orientação do fabricante do veículo, tanto na troca quanto na avaliação periódica. Lembre-se, ainda, de consultar o manual do proprietário para saber o que é indicado para o momento da reposição.
Ao comprar um carro usado, cujo prazo de troca da correia já venceu, procure saber se o antigo dono fez a substituição. Se você ficar na dúvida quanto à manutenção correta do componente, não hesite em substituí-lo.