Marcas inovadoras_Oficina Bradesco_Getty Images
Desde a invenção do automóvel, as fabricantes não param de se desenvolver. Afinal, investem constantemente em pesquisas e novas tecnologias. Algumas sobressaem de tal maneira que acabam virando símbolo de inovação e referência no setor.
“Falar em inovação é complexo, porque ela se manifesta desde o emprego de tecnologias até a adoção de modelos de negócios”, diz Marco Barreto, professor de Engenharia Mecânica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).
“Na indústria automotiva, empresas como Ford, Toyota e Honda possuem histórico de inovação consistente, com números significativos de registros de patentes, por exemplo, enquanto marcas como BYD e Tesla aparecem entre as primeiras quando o assunto é transição energética.”
Nesse contexto, veja as principais montadoras que são exemplo de inovação na indústria:
Não dá para falar da invenção do automóvel sem citar a Mercedes-Benz. Karl Benz, um dos fundadores da marca, é considerado o inventor do automóvel. Já Gottlieb Daimler, outro fundador, foi um engenheiro de mão-cheia.
Em 1886, Benz apresentou o Benz Patent-Motorwagen, primeiro veículo movido por um motor de combustão a gasolina. O veículo de três rodas tinha design simples e incorporava inovações importantes. Por exemplo: ignição elétrica e carburador.
Ao longo do tempo, a companhia se destacou pelas soluções técnicas, como os sistemas de ignição elétrica e de resfriamento, que melhoraram a confiabilidade e o desempenho.
A fabricante criada por Henry Ford, em 1903, massificou o automóvel com o lançamento do modelo T, cinco anos depois. O T revolucionou a indústria com a implantação da linha de montagem, ideia que permitiu a produção a um custo menor.
O objetivo da Ford era oferecer um automóvel mais acessível. Antes, os carros eram montados manualmente, limitando a produção e aumentando os gastos.
Assim, a linha de montagem foi dividida em etapas, para que os funcionários se especializassem em tarefas específicas. O modelo T tornou-se um ícone de mobilidade e o êxito da estratégia consolidou a Ford como líder de mercado.
A companhia alemã iniciou suas atividades como fabricante de motores de aeronaves, em 1916. O Dixi, seu automóvel de estreia, foi lançado em 1929.
A BMW sempre foi uma marca voltada ao luxo e ao desempenho e conhecida por inovações técnicas. Em 1973, apresentou o 2002 Turbo, primeiro carro de produção em massa equipado com motor turbo a gasolina – algo surpreendente para a época, pois o turbocompressor era restrito a carros de corrida ou de alto desempenho.
Outra inovação foi o BMW iDrive em 2001, sistema de controle centralizado que dava ao motorista o comando de várias funções em um único dispositivo. A tecnologia revolucionou a interface usuário-carro, reduzindo o número de botões no painel e facilitando o acesso a operações como navegação e entretenimento.
O papel da Toyota na lista de inovações foi o lançamento do híbrido Prius em 1997, que combinava motores a gasolina e elétrico. O recurso permitia que o carro alternasse, automaticamente, os dois propulsores ou que ambos entrassem em ação simultaneamente. O sucesso do Prius incentivou as concorrentes a investir em tecnologias híbridas e elétricas, impulsionando a eletromobilidade global.
O Fusca, por si só, já garante a Volkswagen na relação de marcas inovadoras. Concebido originalmente por Ferdinand Porsche, o carro foi projetado para ser acessível, durável e fácil de manter.
O design arredondado e o motor traseiro refrigerado a ar eram duas particularidades inconfundíveis. Sinônimo de praticidade e confiabilidade técnica, o compacto se espalhou pelo mundo, sendo um dos mais vendidos de todos os tempos.
Com motor traseiro, o Porsche 911 estabeleceu novos padrões para esportivos. Assim, tornou-se referência de status e excelência automotiva. Em 60 anos, o 911 manteve o design clássico, ao mesmo tempo que sempre incorporou avanços tecnológicos.
O lançamento do Honda Civic, em 1972, foi um divisor de águas na indústria automotiva, porque ele aliava economia de combustível, preço acessível, assim como confiabilidade.
Em pouco tempo, o Civic virou um campeão de vendas, consolidando a fama da Honda como fabricante de carros práticos e econômicos. A empresa japonesa não só ganhou participação de mercado, como se tornou sinônimo de veículos duráveis e econômicos, adaptando-se às preferências de consumidores globais.
Em 2010, a Nissan inovou ao ingressar no segmento de veículos elétricos com o Nissan Leaf, que logo se tornou um dos carros movidos a bateria mais vendidos no mundo. A fabricante seguiu aprimorando o Leaf com atualizações de bateria e tecnologias, melhorando autonomia e desempenho.
A iniciativa da Nissan ajudou a estabelecer a viabilidade dos veículos elétricos no mercado de massa e inspirou outras montadoras a desenvolver seus próprios modelos elétricos mais acessíveis.
A Volvo sempre esteve alinhada com a segurança veicular. Mas, nos últimos anos, assumiu um compromisso com a sustentabilidade ao anunciar que até 2030 passará a vender exclusivamente veículos elétricos.
Alguns passos importantes nesse sentido já foram dados, como o lançamento do XC40 Recharge e o C40 Recharge. Além de eletrificar a frota, a marca investe em tecnologias de reciclagem de baterias e na criação de uma infraestrutura de recarga para apoiar a transição energética.
A chinesa BYD não se limita a desenvolver automóveis eletrificados. Ela é uma das maiores fabricantes de baterias de fosfato ferro lítio (LFP). A inovadora tecnologia Blade constrói a bateria com design em forma de lâmina. Ele é mais compacta e segura, podendo ser recarregada de 30% a 80% em meia hora.
Embora seja uma marca mais recente, a Tesla agitou o mercado de carros elétricos com o Model S, em 2012. O sedã tinha autonomia e desempenho impressionantes. A Tesla também introduziu o conceito de atualizações de software over-the-air, ou seja, os carros recebiam funcionalidades e melhorias sem a necessidade da interferência das concessionárias.