“Transporte sobre trilhos não é transição climática, é solução climática”, diz diretora da ANPTrilhos em evento em SP
Ana Patrizia Lira, diretora executiva da associação, falou sobre os impactos ambientais e sociais do setor metroferroviário em evento nesta quarta (8)

Ana Patrizia Lira, diretora executiva da Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos (ANPTrilhos), disse em evento na capital paulista nesta quarta-feira (8) que o transporte metroferroviário não é uma medida que favorece a transição climática, e sim a maneira mais eficaz de resolver os desafios do clima nas grandes metrópoles.
“O modal é a própria solução climática. Basta olhar a economia gerada pelo setor metroferroviário em relação à emissão de poluentes na atmosfera, que foi da ordem de R$ 12 bilhões no ano passado e R$ 432 milhões economizados em redução de acidentes”, afirma.
De acordo com ela, os sistemas metroferroviários contribuem para reduzir emissões de poluentes, desafogar o trânsito e melhorar a qualidade de vida nas cidades.
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Painel sobre transição climática e descarbonização
A executiva fez a mediação do painel O Caminho para uma Mobilidade Urbana Descarbonizada e mais Inclusiva, durante o Mobility Day. O evento foi realizado na capital paulista, por ocasião do aniversário de 70 anos da Alstom no Brasil, que serão completados em novembro.
Também participaram, contudo, Pedro Suter, vice-presidente de riscos, tecnologia, inovação e sustentabilidade da Motiva; Tomas Anker, senior investiment officer do International Finannce Corporation (IFC). Além de Ricardo Sanchez, head de business development e concessões da Acciona e Véronique Andriès, vice-presidente de sustentabilidade e responsabilidade social corporativa da Alstom.
Estratégia para descarbonização
Pedro Suter comentou sobre o impacto negativo do setor de transportes nas emissões de gases de efeito estufa e sobre a estratégia da Motiva. De acordo com ele, o segmento emite atualmente em torno de 260 milhões de toneladas de C02 na atmosfera.
“Fizemos um amplo estudo e identificamos três grandes alavancas para a descarbonização. A primeira é a mudança da matriz energética, e, nesse sentido, seguiremos com foco nos investimentos em trilhos no Brasil”, menciona. “Já as duas últimas apostas são biocombustíveis e eletrificação. Esse é o futuro que vemos para que o Brasil possa alcançar suas metas”, diz.
Suter também falou sobre a agenda da companhia para mitigação dos riscos do setor. Nesse sentido, disse que o Brasil é o primeiro País a exigir das empresas listadas em bolsa que precifiquem seus riscos. “Nós já traremos no balanço de 2027 essa precificação de riscos”, afirma o executivo da Motiva.
Financiamento climático
Outro participante foi Tomas Anker, senior investiment officer do International Finannce Corporation (IFC), uma das subsidiárias do Banco Mundial. A entidade viabiliza financiamento para o setor privadodas econoias , falou sobre a experiência da instituição com obras e projetos de infraestrutura em mobilidade.
“Temos experiência com esse tipo de projeto e há vários deles estão no nosso pipeline. Eles aumentaram nos últimos anos, entre eles os relacionados ao transporte sobre trilhos”, diz Anker.
De acordo com ele, a mudança climática levará 130 milhões de pessoas à pobreza no mundo até 2030. “Nesse aspecto, é preciso levar em conta que o Brasil está no final da lista do financiamento climático, atrás de várias economias em desenvolvimento. Então, vejo que há ainda muito espaço para crescer”, diz o executivo da IFC.
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