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Políticas públicas para bicicletas

Por: . 03/07/2021
Meios de Transporte

Políticas públicas para bicicletas

Outro desafio será a preparação para manter a qualidade na disponibilização do serviço quando os usuários regulares retornarem ao sistema de bikes compartilhadas

2 minutos, 36 segundos de leitura

03/07/2021

bikes na pandemia
Foto: Getty Images

O prolongamento das medidas de restrição impostas pela pandemia, superada a marca de um ano de duração, provocou um fenômeno específico para a questão de mobilidade urbana. A diminuição de carros e de pessoas em circulação, em um primeiro momento, trouxe crescimento exponencial à utilização das bikes para entregas – incluindo as bicicletas compartilhadas de programas como o Bike Itaú. 

A participação de entregadores no sistema não parou de crescer desde o início da pandemia. Antes, no início de 2020, a proporção de uso era de cerca de 80% de usuários regulares (transporte, lazer e esporádico) e 20% para entregas. Atualmente, essa divisão está quase em 50%/50%. O crescimento de entregadores utilizando bikes apresentou-se como um desafio, por causa da preocupação com o uso compartilhado, e não ser monopolizado pelas entregas. No entanto, logo se percebeu que o movimento do delivery por aplicativos precisava, invariavelmente, do suporte das bicicletas públicas compartilhadas, permitindo que entregadores sem bike própria pudessem ter acesso a alguma renda em um momento de crise. 

Políticas públicas para as bikes

Assim, houve reformulação em pontos do serviço, como nos planos oferecidos, para atender a demandas específicas dos entregadores: extensão do período de empréstimo, que permite fazer mais entregas sem precisar devolver a bicicleta e retirar outra, e a limitação de retiradas, por dia, para não estimular jornadas de mais de oito horas diárias. Houve, ainda, iniciativas como as da Tembici, empresa parceira que opera o Bike Itaú, desenvolvendo um programa conjunto com o iFood para oferecer locais de apoio com banheiros, pontos de recarga de celular e de descanso aos entregadores, além de capacitações com o Instituto Aromeiazero e a disponibilização de bikes elétricas.

Em todo o Brasil, entregadores foram essenciais para o ecossistema de bares e restaurantes e a realização de um isolamento social mais efetivo. Em meio à crise socioeconômica e aos índices de desemprego em patamares elevados, o número de entregadores nas plataformas aumentou consideravelmente, consolidando-se como alternativa de subsistência.

Por causa desse cenário, torna-se ainda mais crítica a necessidade de políticas públicas e iniciativas eficazes para o modal bicicleta como um todo, como a adequação da malha viária e maior segurança para os ciclistas. Uma estrutura abrangente de apoio aos entregadores que se utilizam da bike para gerar renda para si e para as empresas precisa ser oferecida, inclusive trazendo ao Brasil iniciativas que foram tomadas por diversos aplicativos de entregas em países da Europa e de outras localidades. Outro desafio que será imposto, em breve, é a preparação necessária para manter a qualidade na disponibilização do serviço quando os usuários regulares retornarem ao sistema de bikes compartilhado – com a eventual e tão aguardada suspensão das medidas restritivas. Avançar é preciso.”

“Outro desafio será a preparação para manter a qualidade na disponibilização do serviço quando os usuários regulares retornarem ao sistema de bikes compartilhadas.

Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

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