BNDES facilita compra de veículos mais limpos
Finame Baixo Carbono contribui para fomentar a mobilidade eletrificada e a cadeia produtiva na agenda ambiental
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11/02/2022
O BNDES colocou na prateleira de ofertas uma linha de crédito voltada à aquisição de equipamentos, máquinas e veículos dotados de tecnologias de acionamento que contribuam com a redução de emissão de gases de efeito estufa. Chamado Finame Baixo Carbono, o instrumento promete auxiliar os ecossistemas das cadeias produtivas ao usuário final em seus compromissos atrelados à agenda ambiental.
As regras da nova versão de financiamento contemplam 13 classes de produtos, desde simples patinetes a embarcações, passando por itens de infraestrutura, como estações de recargas elétricas, instalações para geração de energia limpa e baterias. Em linhas gerais, também atende extenso público, do caminhoneiro autônomo às grandes empresas.
Possibilidade financiar 100% do investimento
“A sustentabilidade é um tema que ganha corpo nas corporações e relevância no banco. Já percebemos mais empresas que procuram descarbonizar frotas, por exemplo”, conta Tiago Peroba, chefe do departamento de clientes e relacionamento institucional do BNDES. “Os pilares do instrumento estão baseados nas áreas de energia e da mobilidade. O objetivo é financiar as tecnologias de energias alternativas.”
O Finame Baixo Carbono permite financiamento de 100% do bem, prazo de até dez anos de pagamento e carência de dois anos. As condições, no entanto, são definidas junto com o agente financeiro parceiro do BNDES, que, hoje, reúne sete instituições (Bradesco, Santander, Bampará, Safra, Itaú, Fomento Paraná e Banco Volkswagen). O modelo também impõe limites de R$ 20 milhões por operação e de R$ 150 milhões por cliente, no entanto, permite comprometer até 30% do capital de giro.
Linha de crédito limita remuneração do agente financeiro
No escopo das condições ainda, a depender do perfil do negócio, o tomador do crédito tem taxas pós e pré-fixada ou de acordo com a Selic (TLP, TFB ou TS) a escolher. A remuneração básica do BNDES é de 0,95% ao ano e da instituição financeira parceira limitada a 3,5%, diferentemente do modelo do Finame tradicional, que não exige restrições do spread bancário.
Além de estímulo para a aquisição de itens mais eficientes sob o prisma ambiental, o Finame Baixo Carbono também surge como alavanca para o desenvolvimento de tecnologias limpas no País. Para ser contemplado pela linha, o produto tem de ser novo e de fabricação no País. Para isso, o BNDES elaborou uma metodologia na qual considera aumentos dos índices de conteúdo nacional até que alcance 50% a partir de 2029.
Produto precisa ser novo e de fabricação nacional
“Estamos pavimentando um caminho com um modelo específico para o setor de baixo carbono. Como um produto novo também é passível de revisões”, resume Martha Madeira, gerente de credenciamento de equipamentos do BNDES.
Em linhas gerais, o produto deve ser credenciado pelo banco para poder ser financiado. Um caminhão, por exemplo, estará apto se tiver 20% de conteúdo nacional, mas com o compromisso de elevar o índice para 30% a partir de 2026 e chegar em 2029 com 50%, quando a regra geral se tornará o padrão para todas as classes de produtos.
No caso de veículos, atualmente ao menos Scania e Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO) já produzem caminhões no escopo exigido pela metodologia do Finame Baixo Carbono com versões movidas a gás e a bateria, respectivamente.
Segundo o chefe de relacionamento institucional do banco, no entanto, o Finame Baixo Carbono surge como uma visão, que prioriza o compromisso com clima ao financiar produtos e infraestrutura em vista a descarbonizar de toda a cadeia. “É uma agenda estrutural, de longo prazo, que será construída ao longo do tempo com o acréscimo de novos itens.”
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