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Cidades fakes são construídas para testar carros autônomos
Estruturas recebem ruas, sinais de trânsito e até pedestres falsos
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15/05/2020
Para que os carros autônomos possam ser testados sem necessariamente estar em ruas movimentadas de grandes cidades e colocar em risco pedestres e motoristas, a indústria adotou uma solução curiosa: cidades fake. São conjuntos de ruas criadas especialmente para testes, com construções, semáforos e sinais de trânsito. Assim, se a tecnologia falhar, tudo ocorrerá em um ambiente controlado.
A segurança sempre foi uma das principais preocupações não apenas dos desenvolvedores de carros autônomos mas também do público. Afinal, a tecnologia precisará ser capaz de reagir a obstáculos nas ruas, especialmente aqueles que podem aparecer repentinamente, como um pedestre, demandando manobras de emergência.
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Esse receio se tornou ainda maior após um acidente fatal envolvendo um carro autônomo da Uber nos Estados Unidos. Embora tenha ocorrido por uma falha da motorista que vistoriava o teste — a presença de humanos nos veículos é obrigatória nos EUA —, o incidente estimulou um cuidado ainda maior por parte das empresas.
Em vista disso, as cidades fake são uma solução interessante para a questão da segurança sem prejudicar o desenvolvimento dos carros autônomos.
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130 mil metros quadrados de ambiente de testes
A Universidade do Michigan, nos Estados Unidos, criou uma cidade fake com 130 mil metros quadrados e disponibiliza o ambiente, assim como seus veículos de teste, para diversas desenvolvedoras de tecnologia para carros autônomos. O custo total da MCity foi de aproximadamente 10 milhões de dólares e contou com a parceria de companhias do setor automotivo, como Ford, General Motors, Honda e Toyota.
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Embora não possa revelar quais dessas companhias já testaram um carro autônomo na MCity, por questões de segredo industrial, a universidade afirma que mais de 15 empresas utilizaram as instalações desde sua abertura, em 2015.
A cidade tem diversas ruas, pavimentadas ou não, com os mais variados contornos e sinais de trânsito. O objetivo é testar os carros autônomos à exaustão, na maior variedade possível de situações que podem acontecer na vida real. Há até pedestres e animais robôs que aparecem do nada na frente dos veículos.
Considerando que os carros autônomos dependem enormemente de sinal de internet e GPS, a cidade fake inclui também vegetação densa, túneis simulados e superfícies refletivas. Assim, é possível saber como as máquinas reagiriam em condições que prejudicam justamente os equipamentos que fazem o carro autônomo funcionar.
Um ambiente de testes para carros autônomos também foi construído na Coreia do Sul, em 2018. A K-City tem 320 mil metros quadrados e foi a primeira cidade fake do mundo com tecnologia 5G. Esse tipo de conexão, muito mais rápida e estável, é considerada essencial para o desenvolvimento e a popularização dos carros autônomos.
Na França, 15 entidades, entre bancos, empresas do setor automotivo e de transportes, reuniram-se para criar a maior cidade fake da Europa: Transpolis tem 80 hectares ou 800 mil metros quadrados. As instalações foram inauguradas em agosto de 2019.
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Fonte: MCity, Transpolis, Direct Industry
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