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Corrida ‘eletrificada’ contra o tempo

Por: Arthur Caldeira . 16/08/2023
Mobilidade para quê?

Corrida ‘eletrificada’ contra o tempo

Peugeot promove competição com o e-208 GT, e mostra que carros elétricos são sustentáveis e divertidos

4 minutos, 34 segundos de leitura

16/08/2023

O repórter Arthur Caldeira testa o e-208 GT no autódromo de Tuiuti (SP). Foto: Divulgação Peugeot

A disputa pela liderança na eletrificação dos carros já está acontecendo. Diversas fabricantes de automóveis já definiram a data para o fim dos veículos puramente a combustão interna, e estão caminhando para a eletrificação de suas frotas.

Nós, do Mobilidade Estadão, também entramos em uma corrida “eletrificada” contra o relógio. A convite da Peugeot, participamos da segunda etapa da e-Copa Peugeot e aceleramos o primeiro carro elétrico da marca no Brasil, o e-208 GT, na pista do Haras Tuiuti (SP).

“As corridas fazem parte do DNA da Peugeot”, explica Giselli Cardoso, responsável pela comunicação da marca, antes de explicar as regras da competição. A disputa exigia fazer um percurso na pista do autódromo, encarando retas, curvas, rotatórias e até um circuito formado por cones. Os cinco melhores, ou seja, que percorriam o trajeto no menor tempo, classificavam-se para a grande final da competição. Porém, mais do que uma disputa, a e-Copa foi criada para demonstrar que, além de sustentáveis, os carros elétricos também podem ser divertidos de guiar.

Como é o e-208 GT

Não fosse pelo pequeno “e” na lateral, o e-208 GT pode ser facilmente confundido com sua versão movida a combustão interna. Com um design atrativo, tem faróis em LED, iluminação de rodagem diurna e belas rodas de 17 polegadas. 

Contudo, o motor elétrico, na dianteira, tem ímãs permanentes e produz até 100 kW, o equivalente a 136 cv – mais até do os 120 cv do motor 1.6 flex que equipa as versões topo de linha do modelo a combustão. Mas o que impressiona mesmo são os 26,5 mkgf de torque, entregues de forma instantânea, aliás, como todo motor elétrico.

O “combustível” do motor é uma bateria de íons de lítio de alta tensão (400 V), instalada no assoalho do e-208 GT. Além de não comprometer o espaço interno nem o porta-malas, a posição da bateria reduz o centro de gravidade do carro e ajuda a manter a estabilidade em condução mais esportiva.

No seu interior, os bancos no tecido Alcântara e o volante pequeno, posicionado abaixo do i-cockpit 3D, painel digital da Peugeot, reforçam ainda mais a sensação esportiva do hatch compacto. 

Acelerando na pista

Especificações técnicas à parte, o torque instantâneo e a boa “cavalaria” da plataforma elétrica da Peugeot se traduzem em diversão. Segundo a marca, o e-208 GT vai de zero a 100 km/h em pouco mais de oito segundos. A velocidade máxima, declarada, é de 150 km/h. Embora possa alcançar altos limites em áreas controladas, como no autódromo, vale lembrar que, no ambiente urbano, o veículo deve obedecer aos limites de velocidade.

Não são números tão impressionantes, mas, na prática, a sensação é de boa aceleração. Ainda mais no modo de condução “Sport”, que privilegia o desempenho e torna as respostas ao acelerador mais imediatas. O hatch elétrico ainda conta com o modo “Eco”, que garante mais autonomia, e o “Drive”, ideal para o uso diário, na cidade.

Entretanto, na hora de largar para a tomada de tempo, foi preciso aprender a dosar um pouco o acelerador. Pisar fundo demais aciona os controles eletrônicos do 208 elétrico que evitam derrapagens, mas fazem perder tempo. Com uma curta distância entre-eixos e a massa concentrada no assoalho, o hatch francês gosta de contornar curvas. Os freios, a disco nas quatro rodas, permitem frenagens mais tardias e o bom torque facilita as retomadas nas saídas de curva. 

O desempenho só não é melhor em função do peso extra, em relação ao modelo a combustão. O e-208 GT pesa 1.526 kg, cerca de 300 kg a mais do que a versão a combustão. Mas nada atrapalhou a diversão na pista.

Na prática, o 208 elétrico acelera bem, freia com segurança e ajudou a fazer um bom tempo nos treinos da manhã. O fato de ser automático, como praticamente todo carro elétrico, também permitiu que eu prestasse mais atenção ao percurso, contornando com segurança o circuito de cones e até mesmo o slalom. 

À tarde, entretanto, foram usadas outras unidades do e-208 GT, pois a condução esportiva reduziu bastante a autonomia das baterias, pela manhã. Já na minha segunda entrada na pista, o carro compartilhado pelos jornalistas indicava que restavam apenas 124 quilômetros. 

No padrão WLTP, usado na Europa, o alcance do Peugeot elétrico é de 342 quilômetros, mas, de acordo com o PBEV do Inmetro, a autonomia é de 220. Segundo engenheiros da Peugeot, o alcance real varia de acordo com o pé no acelerador e a topografia do terreno. A recarga de até 80% demora 30 minutos, em carregadores rápidos (100 kWh), segundo a Peugeot. Já em carregadores de 22 kWh, o tempo sobe para seis horas. 

No final, fiz o nono melhor tempo, com 1:07’6’’ – menos de 3 segundos do primeiro colocado. Infelizmente, não me classifiquei para a finalíssima da e-Copa, que reunirá os cinco melhores colocados de cada etapa em novembro. Apesar de desclassificado, ficou a certeza de que o hatch elétrico da Peugeot também pode ser divertido e prazeroso de guiar. 

*O repórter testou o carro no Autódromo Tuiuti a convite da Peugeot.

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