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Linguagem simples: Linha 5-Lilás promove comunicação acessível para Pessoas com Deficiência

Por: Fellipe Gualberto, especial para o Mobilidade . 15/05/2024
PCD

Linguagem simples: Linha 5-Lilás promove comunicação acessível para Pessoas com Deficiência

Placas com símbolos, cores e pictogramas promovem acessibilidade para pessoas com deficiência intelectual e autismo

3 minutos, 35 segundos de leitura

15/05/2024

Homem aponta placa no metrô_Foto: IJC
Em reunião, o Instituto Jô Clemente e a ViaMobilidade discutem como tornar a linguagem das placas mais acessível. Foto: Divulgação/IJC

O Instituto Jô Clemente (IJC) em parceria com a ViaMobilidade iniciou um teste do uso de linguagem simples em placas de metrô. O objetivo é facilitar a mobilidade de pessoas com deficiência intelectual, Transtorno do Espectro Autista e baixo letramento. A Estação Hospital São Paulo, da Linha 5-Lilás, é a primeira a receber as ações. O local deve ter todas as placas em comunicação acessível até o final do ano.

Eixo dos hospitais

A escolha da Estação Hospital São Paulo para início do projeto de placas com linguagem simples se deu pelo fato de o IJC, organização que atende pessoas com deficiência intelectual e autismo, se localizar a 130 metros do local.

Segundo Priscilla Camargo, Gerente de Comunicação do IJC, outras instituições também podem se beneficiar do uso de linguagem simples na estação. “Estamos localizados perto do Hospital São Paulo, GRAAC e da Dorina Nowill. Sendo assim, pessoas com deficiência auditiva, visual, intelectual e autismo usam essa linha de metrô”.

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Jocelyn Cardenas, Gerente de Comunicação das linhas 4 e 5 do metrô, colaborou no projeto e falou sobre a escolha da estação. “A linha 5 transporta cerca de 650 mil pessoas por dia, ela é considerada a linha dos hospitais. Temos um eixo entre as estações Santa Cruz, AACD-Servidor e Hospital São Paulo em que público comumente está em tratamentos de câncer, têm questões de mobilidade ou são pessoas com deficiência”.

A linguagem simples

A linguagem simples que está em teste nas placas é indicada para pessoas de baixo letramento, autismo, deficiência intelectual, idosos, crianças e pessoas com deficiência auditiva.

A prática envolve mais do que trocar as palavras por termos mais simples, mas também: “Usar desenhos, imagens que representam o assunto e evitar siglas. Ao mesmo tempo, é melhor usar expressões do dia a dia”, pontua Stephanie Lima, atendida pelo IJC e uma autodefensora.

Sobre os trabalhos no metrô, Jocelyn afirma que “O esforço vai muito além do que você colocar um direcionador com texto simples, estamos mapeando todos os pontos de interface que podem ser melhorados. Por isso, fizemos essa reunião com os autodefensores”.

Um grupo de autodefensores do IJC, formado por pessoas com Deficiência Intelectual e Transtorno do Espectro Autista, visitou a estação para debater como modificar as placas e tornar a comunicação mais objetiva e inclusiva.

Durante a visita, os autodefensores deram sugestões para mudanças em placas para estas se tornem mais compreensíveis. Stephanie Lima cita como “A imagem do elevador não transmite que aquilo é um elevador. Não foi só uma pessoa do grupo que disse que parecia uma placa de banheiro. Na linguagem simples as imagens precisam ser claras”.

O excesso de texto também estava presente. “A gente sugeriu para o metrô placas simplificadas, por exemplo, ao invés de ‘bilheteria blindada’ usar um texto como ‘Compre o seu passe'”, indica Stephanie.

Próximos passos

A Gerente de Comunicação e Ouvidoria do metrô explica que mudanças emergenciais já estão em vigor. Por exemplo: a indicação da saída da estação que leva ao IJC com uma placa com linguagem simples, o aumento no tempo de exibição dos textos nas telas e a instalação de placas que mostram o fluxo da escada rolante com ícones.

No entanto, as demais sugestões dadas pelos atendidos pelo IJC precisam passar por aprovação de acordo com o manual de identidade do metrô.

Os resultados, segundo os envolvidos, já começaram a aparecer. “Nosso pessoal informou que essas comunicações surtiram efeito e o número de pessoas pedindo por informação diminuiu” comemora Joycelin.

De acordo com Priscilla Camargo, antes das mudanças “Muitos chegavam atrasados na consulta ou na terapia porque se perdiam dentro ou nos arredores da estação”. A expectativa é que até o final do ano as placas sugeridas estejam prontas e o projeto possa se expandir para outras estações.

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