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Uso do celular ao volante: a epidemia da distração

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Mobilidade com segurança

Uso do celular ao volante: a epidemia da distração

Para salvar vidas, é necessário ir além das ações de engenharia, fiscalização e educação: é preciso repensar atitudes

3 minutos, 36 segundos de leitura

18/09/2024

uso de celular ao volante aumenta risco de acidentes. Foto: Adobe Stock
Uso do celular ao dirigir resulta na mesma perda de capacidade da causada pelo consumo de 1g/l de álcool. Foto: Adobe Stock

Vivemos uma nova epidemia que avança à medida que os smartphones se popularizam, causando impactos em praticamente todas as faixas etárias e classes sociais. Esta é a epidemia da distração, com consequências graves à segurança viária causadas pelo uso do telefone celular ao dirigir.

Segundo o Infosiga, no Estado de São Paulo, entre janeiro e julho de 2024, 3.554 pessoas morreram em acidentes de trânsito, aumento de 23% em relação ao mesmo período de 2023. O resultado mostra ser preciso repensar o modelo de segurança viária, que deve considerar formas para combater a distração ao volante.

Efeito semelhante ao consumo de álcool

Segundo a Associação Brasileira de Medicina do Tráfego (Abramet), o celular ao volante é a principal causa de Falta de Atenção ao Conduzir (FAC), sendo determinante para o aumento de acidentes, ao influenciar fatores operacionais, psicológicos e cognitivos do motorista. Assim, trata-se da mesma perda de capacidade daquela causada por 1g/l de álcool no sangue.

Motoristas com falta de atenção causada pelo celular reagem de forma insegura, reduzem a velocidade inesperadamente, têm dificuldade de manter o posicionamento correto do veículo na via e tendem a demorar mais tempo para frear. 

A Abramet aponta que após o envio de mensagem de texto, o risco de acidente de trânsito permanece por até 3 segundos, o que equivale a quase 100 metros que um carro a 100 km/h percorre sob o “efeito pós-chamada”.

Dessa forma, o risco começa quando o aparelho toca, com a falta de atenção sendo intensificada durante a conversa ou troca de mensagens. Quem utiliza o celular ao volante tende a ter menos atenção com a traseira e os lados do veículo, estando exposto ao risco iminente de um sinistro de trânsito.

Para saber mais sobre segurança viária acesse o canal Maio Amarelo

Multiplicando os riscos

A possibilidade de o condutor se envolver em um acidente de trânsito ao ler uma mensagem é 400% maior do que aquele que permanece atento. E sobe para 23 vezes quando o motorista digita uma mensagem enquanto dirige.

O total de acidentes relacionados ao uso do celular ainda é subestimado. Existe a dificuldade de se montar um banco de dados estruturado, com informações precisas e confiáveis deste tipo de infração e da apuração em perícias e laudos técnicos que apontem este elemento como principal fator gerador da ocorrência.

Entretanto, ainda não foi possível criar o “bafômetro do celular” para medir e constatar de forma precisa a distração do condutor.

Segundo a Cambridge Mobile Telematics, startup ligada ao MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets), pelo menos 25% dos motoristas envolvidos em acidentes de trânsito nos Estados Unidos (EUA) estavam utilizando o celular até um minuto antes da ocorrência.

Há um esforço para debater e propor soluções. Nos EUA, a National Distracted Driving Coalition (NDDC) propõe o uso de inteligência artificial para intensificação das ações de fiscalização, além de aplicações que permitam o bloqueio dos aparelhos celulares quando o motorista estiver dirigindo, a partir de dados telemáticos, geolocalização e uso de algoritmos que identifiquem o condutor.

No Brasil, Abramet e Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV) conduzem o tema. Como líder do setor de mobilidade, o Grupo CCR quer participar deste debate, assim como fez quando iniciou o Movimento Afaste-se, iniciativa que tem o objetivo de proteger os colaboradores que atuam no atendimento nas pistas.

A CCR Rodovias inicia hoje campanha de segurança cuja temática foca, sobretudo, em pequenas, mas fundamentais atitudes que cada um deve ter ao dirigir, para garantir a segurança de todos: como não usar o celular ao volante. A companhia entende que é preciso ampliar a visibilidade do tema e das ações que cada motorista, ciclista e pedestre deve adotar.

Nesta nova sociedade hiper conectada, para salvar vidas, existe a necessidade de ir além das ações de engenharia, fiscalização e educação. É necessário repensar nossas atitudes. Estamos abertos, dispostos e empenhados a buscar soluções para combater esta nova epidemia e salvar vidas.

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Esse texto não reflete, necessariamente, a opinião do Estadão

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