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Fumaça de incêndios e emissão dos veículos agrava qualidade do ar em São Paulo, afirma especialista

Por: Erick Souza . Há 1 dia atras
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Fumaça de incêndios e emissão dos veículos agrava qualidade do ar em São Paulo, afirma especialista

Período de seca também dificulta circulação de gases poluentes na atmosfera

4 minutos, 21 segundos de leitura

18/09/2024

Por: Erick Souza

qualidade do ar em São Paulo
Na última semana, São Paulo registrou a pior qualidade do ar entre outras 120 metrópoles de acordo com a plataforma de monitoramento atmosférico IQAir. Foto: Adobe Stock

Despontando como a cidade com a pior qualidade do ar entre outras 120 metrópoles no ranking das mais poluídas, São Paulo registrou na última semana uma das mais altas concentrações de poluentes do Brasil, segundo a plataforma de monitoramento IQAir. Além da poluição cotidiana, o deslocamento da fumaça das queimadas nas regiões Sudeste, Norte e Centro-Oeste do País agravou a situação.

Leia também: Queimadas: péssima qualidade do ar poderia ser amenizada com a inspeção veicular

Segundo Thiago Nogueira, professor do Departamento de Saúde Ambiental da Faculdade de Saúde Pública na Universidade de São Paulo (USP), neste período do ano, a cidade de São Paulo já costuma registrar níveis ruins de qualidade do ar. “O que acontece nessa época do ano, principalmente no inverno, [é que] a qualidade [do ar] de fato é ruim por conta do fenômeno de inversão térmica”, explica.

A inversão térmica é uma condição que desfavorece a dispersão dos poluentes. De acordo com o professor, este fenômeno acontece todos os anos, com índices ruins de poluição. “Desta vez tem um agravante, porque existe aquela poluição já gerada na cidade, somada com a poluição das queimadas transportadas pra cá”, afirma.

No início do ano, Nogueira e outros pesquisadores da USP lançaram um mapa da poluição na cidade de São Paulo. Os resultados da época mostraram que, em comparação com outras regiões da cidade, a zona Oeste é a que mais está exposta a gases poluentes emitidos por veículos

De acordo com a previsão do monitoramento da IQAir, a qualidade do ar em São Paulo voltará a piorar a partir da quinta-feira, 19. Conforme a tabela, os números devem superar os 120, atingindo a categoria “Insalubre para pessoas sensíveis”. Neste nível, a plataforma orienta pessoas com sensibilidades e problemas respiratórias a evitarem atividades em espaços abertos e a usarem máscaras faciais.

Medidas de prevenção

“A cidade de São Paulo, principalmente, tem tomado atitudes muito pequenas para proteger a população”, afirma Nogueira. Conforme o professor, em situações como essa, medidas para evitar o uso de transporte individual ou orientar as pessoas a ficarem em casa podem contribuir tanto com a redução da emissão de poluentes quanto, ao mesmo tempo, com a exposição das pessoas a esses gases. 

“Diminuir o uso do transporte individual está associado com o aumento da capacidade dos transportes de massas, […] em especial transportes que sejam considerados limpos, [como] ônibus elétricos, trens que sejam movidos a energia limpa”, acrescenta. Atualmente, a frota de coletivos elétricos em São Paulo possui apenas 214 veículos movidos a bateria e 201 trólebus

Em nota, a Prefeitura de São Paulo afirmou que tem tomado medidas de cuidado com a população em relação à qualidade do ar. De acordo com o órgão, desde 2022, a prefeitura conta com um sistema de monitoramento 24 horas dos parques municipais e unidades de conservação para prevenir incêndios florestais. Segundo a Prefeitura, a iniciativa já resultou em uma redução de 16% das queimadas nos parques municipais até 2023.

A Prefeitura também lançou na última quarta-feira, 11, um comitê de crise intersecretarial que pretende liberar verba extraordinária de R$ 5 milhões para reforçar equipamentos de atendimento assistencial a idosos durante crises climáticas.

De concreto, até o momento, há a instalação de dez tendas da Operação Altas Temperaturas montadas em pontos estratégicos das cinco regiões da cidade.  Elas funciona das 10h e 16h, e lá as pessoas recebem água, chás, sucos gelados e frutas.

Monitoramento da qualidade do ar

O índice de qualidade do ar é uma ferramenta matemática desenvolvida para simplificar a divulgação da qualidade do ar. Os poluentes monitorados seguem a recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS), incluindo materiais particulados e materiais particulados finos. Os materiais particulados finos incluem fumaça, ozônio, monóxido de carbono, dióxido de nitrogênio e dióxido de enxofre. 

Desde o início da semana, a cidade de Porto Velho tem registrado a pior qualidade de ar do País. Ultrapassando valores acima de 220 no índice de qualidade de ar, a condição atmosférica da cidade está classificada como “perigosa”.

De acordo com a plataforma AccuWeather, neste nível de poluição, até indivíduos saudáveis podem ter dificuldades de respiração e irritação na garganta em caso de exposição prolongada. 

Em São Paulo, a prefeitura divulgou uma lista de orientações em caso da umidade do ar fique abaixo de 30%. As medidas incluem:

  • Evitar exercícios físicos ao ar livre;
  • Umidificar o ambiente por meio de vaporizadores, toalhas molhadas e/ou recipientes com água;
  • Permanecer em locais arejados e protegidos do sol;
  • Hidratar-se com maior frequência;
  • Usar soro fisiológico nas narinas;
  • Usar solução lubrificante ocular;
  • Evitar aglomerações.

Leia também: Zona oeste tem mais exposição a carbono negro em São Paulo, revela mapa de poluição

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