Qualquer motorista já ouviu falar sobre as vantagens do enceramento da carroceria do veículo. Muitos também devem conhecer o processo de polimento. Mas cristalização e vitrificação ainda são técnicas menos populares, embora estejam disponíveis há algum tempo no mercado.
Ricardo Vettorazzi, gerente técnico do laboratório de repintura automotiva da PPG, uma das maiores fabricantes de tintas do mundo, explica as peculiaridades de cada processo.
O enceramento é o procedimento mais frequentemente adotado para proporcionar brilho e proteção à pintura. Assim como os demais, só deve ser feito com a carroceria do carro devidamente limpa, seca e fria (em temperatura ambiente). O carro deve estar sempre à sombra.
A recomendação é escolher uma cera que contenha carnaúba para maior proteção, assim como panos de microfibra para evitar riscos. “As principais vantagens do enceramento é que ele pode ser feito em casa e com maior frequência”, afirma Vettorazzi. “Em compensação, ela tem menor durabilidade.”
Já o polimento é a alternativa mais indicada para quem deseja ou precisa recuperar a pintura desgastada do automóvel. Nesse processo, uma camada bastante fina e a mais externa do verniz que protege a carroceria é retirada. Não importa se a cor do carro é sólida, metálica ou perolizada.
A técnica revitaliza a aparência do carro, já que a parte inferior da tinta segue intacta. Mas cuidado com os excessos. “Polir o carro sem necessidade ou diversas vezes ao ano pode prejudicar a pintura”, afirma o especialista.
Se o objetivo do proprietário for realçar o brilho da pintura – principalmente em carros novos ou recém-pintados – a indicação é optar pela cristalização (ou espelhamento). Por esse procedimento, a pintura ganha uma camada adicional: um tipo de resina que destaca o visual do carro e proporciona maior proteção contra manchas e até pequenos riscos, de acordo com Ricardo Vettorazzi.
A vitrificação, por sua vez, confere as mesmas vantagens da cristalização, com o acréscimo de oferecer maior proteção contra manchas oriundas de fezes de pássaros, seiva de plantas, chuva ácida e até contra riscos leves provocados por pedriscos e galhos.
O segredo está na aplicação de uma camada contendo sílica no acabamento do procedimento. Outra vantagem é a sua maior durabilidade em relação aos demais processos. “A pintura do automóvel ganha uma camada extra de brilho, deixando o carro com aparência de novo por mais tempo”, explica Vettorazzi.
O técnico da PPG afirma ainda que tanto a cristalização quanto a vitrificação devem ser realizadas por profissionais. Além de contarem com produtos adequados, eles possuem ferramentas específicas para o serviço. Algumas empresas oferecem até a garantia do serviço para vitrificação.