É cada vez maior o número de carros com câmbio automático nas ruas brasileiras. Antes restritas a veículos luxuosos e caros, as caixas que trocam as marchas sem o comando do motorista estão ganhando a preferência popular pela comodidade e pelo preço cada vez mais acessível.
Mas isso significa que os equipamentos com acionamento manual estão com os dias contados?
De acordo com Enilson Sales, presidente da Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores (Fenauto), entidade que reúne os proprietários de lojas de veículos seminovos e usados no País, a resposta é mais complexa do que sim ou não.
“Cada tipo de veículo tem a sua serventia, então, para o uso convencional da maioria da população, é normal esperar que o câmbio automático se torne cada vez mais popular”, afirma. “Nesse aspecto, podemos dizer que sim, o câmbio manual está com os dias contados.”
“Em compensação, ainda existem algumas demandas que fazem com que a indústria seja obrigada a produzir veículos com câmbio manual”, diz Sales.
Uma delas diz respeito aos veículos de passeio de uso profissional, carros de frota e de serviços (telefonia, vendas, etc.), por exemplo, que são mais simples e têm menor custo de aquisição e manutenção.
“Há ainda os utilitários, como picapes leves e médias, usados em serviços de manutenção e de entregas, entre outros, que ainda são preferidos pelas empresas por terem menor custo operacional, e o câmbio manual está nessa conta”, afirma o presidente da Fenauto. Assim, é provável que o sistema seja encontrado no mercado por um bom tempo.
Ou seja: entre os automóveis de passeio, podemos esperar que o câmbio automático se torne cada vez mais preferido pelos consumidores, especialmente se o equipamento seguir se tornando mais acessível. Já a caixa manual deve continuar dominando os segmentos de veículos de entrada e de uso profissional, como utilitários, picapes e vans.