Em compensação, a maioria das picapes intermediárias e grandes emplacadas no Brasil possui câmbio automático. “Elas são uma espécie de SUV com caçamba e seu nível de tecnologia e sofisticação é muito elevado. O usuário desse tipo de automóvel dificilmente quer saber de câmbio manual”, diz Barreto.

Presença nos portfólios

As picapes pequenas, muitas vezes derivadas de carros de passeio, foram criadas nos Estados Unidos, embora não tenham durado muito tempo naquele mercado. É no Brasil que elas, ainda hoje, fazem mais sucesso. 

Um dos veículos mais vendidos no mercado nacional é a Fiat Strada, com 98.500 unidades comercializadas entre janeiro e outubro de 2023. Para se ter ideia da importância do câmbio manual, a Strada oferece três versões com esse equipamento em seu portfólio: Endurance, Freedom e Volcano. 

Outra picape compacta importante no mercado nacional é a Volkswagen Saveiro, que tem as configurações Robust, Trendline e Extreme dotadas de câmbio manual.

“Por mais que a transmissão automática prevaleça nos automóveis atuais, o câmbio manual segue encontrando sobrevida nas picapes compactas”, diz o docente. “Por que a fabricante tiraria de linha um modelo que ainda faz tanto sucesso? Essa atitude aumentaria os preços dos carros e também de sua manutenção.”

No trabalho do dia a dia, na cidade ou no campo, as picapes compactas cumprem seu papel de levar todo tipo de carga na caçamba. “E não adianta: nessa utilização, o câmbio manual está diretamente ligado à maior eficiência na execução de serviços”, diz Barreto.