10 tecnologias de ponta que já chegaram nas motos | Mobilidade Estadão | MotoMotor

Buscando sugestões para:


Publicidade

10 tecnologias de ponta que já chegaram nas motos

Por: Arthur Caldeira . 22/11/2019
Inovação

10 tecnologias de ponta que já chegaram nas motos

Sistemas eletrônicos presentes nos carros de luxo também equipam diversos modelos de motocicletas. Conheça alguns deles

11 minutos, 41 segundos de leitura

22/11/2019

Por: Arthur Caldeira

Painel eletrônico de uma moto branca
A scooter PCX 150 da Honda tem a tecnologia Idiling Stop, que desliga o motor em paradas mais longas. Foto: Divulgação

Pode parecer incrível, mas no início dos anos 2000, ainda eram raras as motos que tinham injeção eletrônica de combustível. Porém, de uns anos para cá, esse cenário mudou e a tecnologia de ponta invadiu de vez o mundo das duas rodas.

Começou com a injeção eletrônica, depois os aceleradores eletrônicos (ride-by-wire), freios ABS, controle de tração, diferentes modos de pilotagem… Enfim, diversos dispositivos que antes eram encontrados apenas nos carros agora também equipam as motos. O que deixa os veículos de duas rodas não somente mais rápidos e modernos, mas também mais seguros.

Conheça algumas dessas tecnologias e inovações que existem em quatro e duas rodas. 

1- Modos de pilotagem

O seletor do modo de pilotagem foi uma das primeiras tecnologias utilizadas para domar a grande potência das motocicletas. Não por acaso, surgiu exatamente em uma superesportiva, a Suzuki GSX-R 1000, que trazia três diferentes mapas de gerenciamento do motor.

Vale dizer que isso só foi possível graças à injeção eletrônica. No início, havia apenas uma mudança do mapa de gerenciamento do motor, mas o sistema evoluiu junto com a central eletrônica e também com a incorporação dos aceleradores ride-by-wire.

Dessa forma foi possível alterar não apenas a entrega de potência do motor, mas também a resposta do acelerador. Caso da Ducati Diavel, por exemplo, que conta com acelerador eletrônico (ride-by-wire) e três modos de pilotagem. No caso da Diavel – e também da bigtrail Multistrada, da marca italiana – o modo de pilotagem altera também a configuração dos freios ABS e do controle de tração. 

Essa tecnologia, também existe nos carros. Está presente no Fiat Punto T-Jet com dois modos – normal e esportivo – e também em modelos mais top de linha como a perua Audi RS4 Avant. O Audi Drive Select oferece três modos de condução – Conforto, Automático e Dinâmico –, que alteram não só a resposta do acelerador, mas também a configuração da direção e do câmbio. O sistema ainda faz variar o som do escapamento, no modo Dinâmico. 

2- Controle de tração

Os primeiros controles de tração surgiram nos carros, é verdade, mas hoje muitas motos incorporam essa tecnologia que tem como principal objetivo evitar a derrapagem da roda traseira quando o motociclista acelera em pisos escorregadios, mas não somente isso.

O controle de tração pode também evitar quedas em curvas, no momento em que o piloto erra na dosagem e acelera mais do que a aderência do pneu inclinado pode suportar.

No início, o controle de tração era apenas uma função secundária dos freios ABS – ou seja, os mesmos sensores que mediam a rotação das rodas para liberar os freios em caso de travamento, também detectavam uma possível derrapada da roda traseira.

Nas motos, a pioneira foi a BMW com a R 1200R em 2005, e tinha o nome de controle automático de estabilidade. Seu principal objetivo era controlar a derrapagem em terrenos escorregadios. No início apenas carros de luxo traziam controle de tração, porém atualmente até o novo Ford Fiesta conta com o sistema. 

Hoje, nas motos, já existem controles de tração mais modernos e focados, principalmente, no desempenho em curvas, evitando a famosa “saída de traseira”. Motos como a Yamaha YZF R1 e outras superesportivas permitem que se escolha um controle de tração mais ou menos atuante. Há ainda sistemas mais simples, como o da bigtrail Kawasaki Versys 1000, que permite escolher entre três formas de atuação de acordo com o piso.  

3- Freios ABS

A tecnologia não ajuda apenas a controlar a potência, contribui também para frenagens mais seguras, como é o caso dos sistemas de freios anti-travamento, o ABS. A primeira moto a ter freios ABS foi a BMW K1 em 1988 e desde então o sistema vem ganhando espaço em outros modelos.

Atualmente grande parte das motocicletas de grande porte – e também dos carros – oferece o ABS pelo menos como opcional. Até mesmo motos de 250 e 300cc, como as Honda CB300R, XRE 300 e a Yamaha Fazer 250, trazem o sistema que tem como função evitar que as rodas travem em frenagens mais bruscas.  

O objetivo dos freios ABS, tanto nas motos como nos carros, é frear com mais segurança e controle do veículo – sem travar as rodas. Há pequenos discos (semelhantes ao disco de freio, porém cheios de ranhuras) instalados no cubo das rodas que atuam com os sensores do ABS e realizam a “leitura” da velocidade das rodas durante a frenagem. Quando a roda está prestes a travar, os sensores enviam um sinal para a central do ABS e a mesma envia um sinal para “aliviar” a pressão aplicada no freio. 

Mas assim como o controle de tração, os sistemas ABS evoluíram. Há ABS para uso mais esportivo, em pistas de corrida, como na Honda CBR 1000RR. Trata-se de um sistema de freio controlado eletronicamente por um motor de pulso – o sistema é opcional nos modelos esportivos da Honda desde 2008. Há ainda os freios ABS de motos bigtrail, como a nova BMW R 1200GS que são calibrados para funcionar até mesmo em estradas de terra.

4- Função start/stop

Em tempos em que a economia de combustível e a diminuição da emissão de poluentes é uma obrigação para salvar o planeta, diversos automóveis importados saem de fábrica com o sistema start/stop, que desliga o motor quando o carro fica parado por um determinado tempo em um semáforo, por exemplo, ou ainda nos congestionamentos urbanos tão comuns em várias cidades do mundo. 

Nas motos essa tecnologia ainda não é comum, talvez porque as motos fiquem menos tempo paradas nos congestionamentos ou porque já são econômicas. Mas há um modelo, à venda no Brasil, que traz essa tecnologia: a scooter PCX 150 da Honda.

Apesar de a marca japonesa chamar de sistema Idiling Stop, o funcionamento é o mesmo: desliga o motor em paradas mais longas (acima de 3 segundos) e o religa em uma fração de segundo assim que o piloto volta a acelerar. No Brasil, a Honda não divulga oficialmente números de consumo, mas, no exterior, o PCX promete até 50 km/l. 

5- Câmbio de dupla embreagem

Já há alguns anos, carros mais sofisticados, como o Audi A8, por exemplo, trazem o câmbio automático com dupla embreagem. Uma tecnologia que chegou há pouco tempo nas motos. Atualmente, apenas a Honda utiliza câmbio com duas embreagens, na scooter X-ADV 750. 

O câmbio DCT (Dual Clutch Transmission) é semelhante ao utilizado no Honda NSX, esportivo da marca japonesa. A transmissão tem como principal característica duas embreagens: uma delas aciona as marchas ímpares (1ª, 3ª e 5ª) e a outra as marchas pares (2ª, 4ª e 6ª) independentemente.

As duas embreagens operam alternadamente para agilizar as mudanças de marchas. Por exemplo, ao trocar de primeira para segunda marcha, a central eletrônica detecta a subida de marcha e engata a segunda e, só então, desengata a primeira marcha para oferecer uma troca quase que imperceptível.

6- Suspensão dinâmica

A tecnologia de ponta já chegou também às suspensões das motocicletas. A BMW já há algum tempo equipava suas motos com o ESA (Eletronic Suspension Adjustment), ou seja, um ajuste de suspensão feito eletronicamente por meio de um botão que regulava a compressão, o retorno e a pré-carga da mola. 

Mas de novo, a BMW foi pioneira lançando seu Dynamic Damping Control (DDC) em 2012. O DDC, que começou equipando a S 1000 RR HP4, se resume a um sistema de amortecedor eletrônico que utiliza sensores para verificar as condições do pavimento, regulando as suspensões de acordo com o piso em que a moto está rodando.

Claro que essa tecnologia e inovação visa o máximo desempenho nas pistas, mas a BMW faz questão de lembrar que a eletrônica também ajudará muito os pilotos comuns nas estradas. Tanto que já tratou de fazer uma versão para a nova versão da R 1200GS. 

A nova Ducati Multistrada 1200S também traz um sistema semelhante, chamado de Skyhook. Por meio de sensores no chassi e nas rodas da motocicleta, uma central eletrônica ajusta as suspensões de acordo com o piso.

Alguns carros de luxo também contam com suspensões ativas, mas a Mercedes-Benz foi além. No novo sistema Magic Body Control, que equipa os modelos da Classe “S”, a fábrica alemã instalou duas câmeras que “enxergam” o piso e os obstáculos a frente para ajustar as suspensões adequadamente.

7- Airbag 

Pois é, até mesmo o airbag já chegou às motos. Tudo bem que, enquanto há diversos automóveis com airbag, há apenas uma motocicleta com o sistema, a Honda Gold Wing. Desde 2007, a luxuosa touring japonesa conta com airbag.

O sistema funciona por meio de uma central eletrônica responsável por analisar dados de desaceleração dos quatro sensores fixados no garfo dianteiro da moto. Caso seja detectada uma forte desaceleração, a bolsa inflável é acionada. Isso leva apenas 0,15 segundo e protege o piloto de colisões frontais.

8- Controle de estabilidade

A última novidade dos carros que desembarcou nas motos, ou melhor, na KTM 1190 Adventure 2014, foi o controle de estabilidade. Na verdade, o sistema faz com que o ABS e o controle de tração, além dos sistemas de freios combinados, funcionem em conjunto também nas curvas. 

A base do Motorcycle Stability Control (MSC), o controle de estabilidade de motocicletas, é o sistema de freios ABS da Bosch. Aprimorado, o ABS agora inclui novos sensores e um software mais sofisticado para funcionar com a moto inclinada.

Sensores nas rodas medem a velocidade de giro das mesmas até 100 vezes por segundo para detectar velocidades muito díspares para detectar alguma perda de controle. Até aí nenhuma novidade, mas o que diferencia o MSC do ABS comum é o fato dele funcionar com a moto inclinada. 

No novo MSC há um módulo que determina o ângulo da moto em relação ao solo (lean angle) e também o ângulo de rotação (pitch angle).  A unidade de controle do ABS colhe os dados de inclinação e de rotação da motocicleta para determinar se a moto está inclinada e o quanto está inclinada. Isso ajuda os freios a terem um melhor desempenho nessa situação. 

9- Centrais multimídia 

Atualmente, na época dos tablets e smartphones, os painéis ganharam telas de TFT (Thin Film Transistor). As telas de TFT são, basicamente, as mesmas encontradas nos celulares. Desde motos menores, como a Honda CB 250F Twister, até modernas bigtrails, como a recém-lançada Triumph Tiger 1200 utilizam essa tecnologia.

Mas a evolução não para. Há painéis com estilo personalizável, outros com tela touch e alguns que até se conectam e espelham o smartphone e são verdadeiras centrais multimídia, como as existentes nos automóveis.

Caso da nova geração da Honda Gold Wing, a primeira motocicleta do mundo a incorporar o CarPlay, sistema da Apple para espelhar o iPhone em centrais multimídias de veículos.

Com o sistema é possível controlar as funções do smartphone diretamente pelos controles físicos da Gold Wing. A tela do iPhone é reproduzida na nova central multimídia com tela de 7 polegadas colorida e sensível ao toque. O potente sistema de som da Gold Wing reproduz as músicas da sua playlist e as chamadas podem ser atendidas pelo intercomunicador no capacete. 

Também é possível conectar o smartphone ao painel da Gold e de outros modelos, como as luxuosas Harley-Davidson e BMW, por meio do Bluetooth. Dessa forma é possível receber mensagens no painel da moto e ainda ouvir música. 

10- Controle adaptativo de velocidade (ACC)

A Ducati anunciou que, até 2020, irá introduzir radares e controlador de velocidade adaptativo em uma de suas motos, semelhante ao que equipa diversos automóveis de luxo, como o recém-lançado Mercedes Classe A. Porém, diferentemente do que acontece nos carros, o sistema não deve interferir ativamente na pilotagem, mas sim alertar ao motociclista sobre o risco de colisão com outros veículos. 

Batizado de ARAS (Advanced Rider Assistance Systems) pela marca, os sistemas de assistência avançada incluem a instalação de vários sensores entre eles radares, capazes de fornecer informações sobre o ambiente circundante – evitando, assim, colisões com obstáculos ou outros veículos por meio de alertas ao piloto.

A Ducati começou a desenvolver o dispositivo em 2016, em conjunto com o Departamento de Eletrônica, Informação e Bioengenharia da Universidade Politécnica de Milão (Itália).

A parceria levou à criação de um sistema de alerta baseado em um radar traseiro, capaz de identificar e apontar veículos presentes no “ponto cego” (ou seja, a parte da estrada não visível diretamente ou no espelho retrovisor). O radar também detecta veículos se aproximando em alta velocidade por trás.

Para completar o pacote de segurança, haverá um segundo sensor de radar posicionado na parte dianteira da moto. O objetivo deste dispositivo frontal será gerenciar o controle de velocidade adaptativo (Cruise Control, também chamado de piloto automático).

O sistema vai permitir que uma determinada distância, que pode ser definida pelo piloto, seja mantida a partir do veículo na frente e avisando o motociclista de quaisquer riscos de colisão relacionados à distração.

De 1 a 5, quanto esse artigo foi útil para você?

Quer uma navegação personalizada?

Cadastre-se aqui

0 Comentários


Faça o login