Para atender os novos limites de emissões por veículos pesados no Brasil, a Cummins está lançando uma linha atualizada de motores a diesel e a gás. As versões a diesel vão de 3,8 a 15 litros. No caso do gás, há opções de 6,7 a 15 litros. A próxima fase do programa brasileiro é equivalente ao Euro 6. Batizada de Proconve P8, a regra entra em vigor em janeiro de 2023.
Segundo a Cummins, o público poderá conhecer as novidades durante a Fenatran. A feria, considerada como a maior do setor de transportes na América Latina, ocorre de 7 a 11 de novembro, na zona sul da capital paulista. O evento para profissionais da área tem entrada grátis. Porém, o visitante precisa fazer um cadastro eletrônico.
Conforme a Cummins, a nova linha de motores a diesel estreia no País a plataforma B6.7 Single Module Euro VI. Assim, inclui versões de 3,8, 4,5, 6,7, 9, 12 e 15 litros. Conforme a fabricante, há uma combinação de tecnologias para atender o Proconve P8. Ou seja, SCR de filtros de partículas (DPF) e catalisador de DOC. A primeiro reduz a emissão de material particulado. A DOC faz a oxidação do resíduo.
Portanto, os novos motores não têm EGR, sistema de recirculação dos gases de escape. De acordo com o presidente da Cummins Brasil, Adriano Rishi, a nova arquitetura é mais simples quando compara à que combina EGR e SCR. Além disso, garante redução do consumo de diesel.
Desenvolvido pela Cummins Emission Solutions (CES), a dispositivo de exaustão é 60% menor e 40% mais leve que o do Euro 5. Além disso, a redução de emissões de NOx chega a 77% e a de material particulado, a 66%.
Segundo a Cummins, os novos motores a gás podem utilizar GNV e biometano. Como resultado, a redução da emissão de material particulado é de até 80%. No caso do NOx, são até 90%. Da mesma forma, a produção de gases que causam o efeito estufa caiu até 70%.
Um dos destaques é o L9, nome da versão de 9 litros. O seis-cilindros tem sistema de pós-tratamento denominado Three Way Catalyst (TWC). Entre as vantagens, essa solução pode ser instalada em posição horizontal ou vertical. Por isso, atende vários tipos de caminhões e ônibus.
De acordo com Rischi, os motores a gás já estão testes no Brasil. Porém, ele não revelou nem a versão nem a montadora. Seja como for, o Estradão apurou indícios de que se trata do L9 e da Volkswagen Caminhões e Ônibus (VWCO). Isso porque a empresa tem forte presença no segmento de caminhões de coleta de lixo, um dos focos dese tipo de solução.
Alem disso, a VWCO também estaria testando o eixo elétrico 14Xe da Cummins Meritor. Porém, Rischi não confirma a informação. O sistema é destinado a caminhões rígidos e cavalos mecânicos com peso bruto total (PBT) de 12 a 24 toneladas.
Recentemente, a fabricante anunciou que teria novidades em eletrificação de modelos pesados. Além disso, a empresa lidera as vendas de caminhões com PTB de 24 t e é parceira tradicional da Cummins Meritor. Portanto, é bem provável que o eixo seja lançado na linha Constelllation.
Outra que avalia o eixo elétrico, mas em ônibus, é a Marcopolo. Um modelo com o sistema foi revelado durante a Latbus, em agosto. Segundo a Cummins Meritor, o dispositivo não requer adaptações para ser instalado e tem a mesma durabilidade do convencional. Ou seja, quase 1 milhão de km.
A Cummins Meritor também vai levar o eixo elétrico 17Xe à Fenatran. O sistema é destinado a veículos com peso bruto total combinado (PBTC) de até 44 t. Segundo a empresa, o dispositivo está em fase de testes e pode gerar 430 kW de potência contínua. A produção em série começa em 2025, na Suécia.
Outro destaque da Cummins na feira vai ser o conceito X15H. Esse motor trabalha com sistema de célula a hidrogênio e gera 530 cv de potência e 265 mkgf de torque. O foco são caminhões rodoviários com PBT de até 44 t. Assim, a autonomia pode passar de mil km. O lançamento deve ocorrer em 2026.
A Cummins acaba de concluir a aquisição da Meritor. Com isso, pretende acelerar o desenvolvimento de soluções menos poluentes e, ao mesmo tempo, viáveis. No Brasil, a companhia criou a New Power, focada em energia limpa. Além disso, investe na plataforma de motores agnósticos. Ou seja, em quem o mesmo bloco pode, de acordo com o tipo de periférico instalado, utilizar diesel, gás ou outro combustível.