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Eletromobilidade: inovação ou morte

Por: Ju Cabrini . 06/04/2022

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Eletromobilidade: inovação ou morte

Dois eventos (um em Paris, outro em Curitiba) reafirmam conceitos da mobilidade do futuro

4 minutos, 2 segundos de leitura

06/04/2022

Por: Ju Cabrini

A edição deste ano da feira Autonomy Paris, realizada entre os dias 22 e 23 de março, reforçou que a eletromobilidade é um caminho sem retorno. Foto Getty Images

A primeira edição da feira Autonomy Paris aconteceu em 2016, um ano após o histórico acordo climático realizado na capital francesa. Desde então, o evento tornou-se uma das maiores referências no mundo para temas relacionados à eletromobilidade. A edição de 2022 foi realizada, nos dias 16 e 17 de março, sem a apresentação de novas tendências, mas trazendo reafirmações conceituais importantes.

Profissional experiente da indústria automobilística, o francês Vincent Carré dedicou-se, nos últimos anos, a estudar a eletrificação da mobilidade. Atualmente, Carré, CEO do braço de mobilidade do fundo de investimentos do Grupo Capitello, atuante nas áreas de mídia, medicina e mobilidade e que esteve presente na última edição da Autonomy Paris, afirmou que a eletrificação é um caminho sem volta. “Os jovens consumidores já vêm imbuídos de um senso ambiental que não considera as velhas tecnologias. Com esse comportamento, aliado às rígidas leis europeias, é impensável, para eles, comprar um carro convencional a combustão, neste continente. No mínimo, um híbrido”, decreta ele.

Em conversa com o Mobilidade, por meio de videoconferência, Carré, que mora em Paris, comentou sobre dois desafios que tanto as cidades quanto startups têm enfrentado. O primeiro deles é o aumento de scooters (elétricas ou não) nos centros das grandes cidades, o que provoca transtornos em relação aos estacionamentos, pois os usuários as deixam em qualquer lugar. Como solução, estacionamentos subterrâneos e rígidas regras são implantados para tirar qualquer modal das ruas.

Para Vincent Carré, integração de sistemas para o conceito de MaaS, mobilidade como serviço, ainda é desafiadora. Foto: Arquivo Pessoal

O outro desafio está muito relacionado às plataformas de MaaS – sigla, em inglês, para mobility as a service, ou mobilidade como serviço, que tem uma proposta, aparentemente, simples, baseada em conectar todos os modais a uma única plataforma. Contudo, na prática, enfrenta-se problemas de integração de diversos sistemas e variáveis – nem sempre compatíveis. Carré explica que é necessária uma rede segura e interconectada para que o usuário possa ter, em um mesmo aplicativo, a opção de pegar metrô, integrar com táxi, ônibus, patinete ou mesmo alugar um carro, com a segurança de deixar seus seus dados, como cartão de crédito, aos cuidados de um só operador.

Conforme anunciado no final de março, o aplicativo Whim, lançado, inicialmente, em Helsinque, na Finlândia, e que oferece o conceito de mobilidade como serviço, deve entrar no País pelas portas da startup de mobilidade Quicko, que atua em mais de 100 cidades brasileiras. Logo, duas perguntas vêm à mente: a tecnologia utilizada no Brasil, ainda engatinhando na infraestrutura 5G, será capaz de promover, rapidamente, as integrações necessárias para esse salto para a mobilidade como serviço? E a segunda: será que os aplicativos de transporte, que já foram tão inovadores um dia, se tornarão obsoletos ou já estão se movimentando para se adaptarem à novidade? As respostas a essas perguntas virão com o tempo.

Smart cities brasileiras

Na visão do empreendedor Beto Marcelino, organizador da Smart City Expo Curitiba, que aconteceu nos dias 24 e 25 de março, as mudanças no País acontecerão de forma muito rápida. Marcelino conta que mais de 10 mil pessoas passaram pelo evento, entre elas 300 representantes de cidades brasileiras que se mostram interessadas na melhoria da produtividade e da eficiência dos serviços públicos.

Ativações com realidade virtual atraíram os participantes. Smart Cities Expo: crédito @ikoeventos

Durante a feira, foi lançada a Frente Parlamentar do Congresso Nacional para o Desenvolvimento de Cidades Inteligentes (ou FP Smart Cities), que visa discutir a consolidação e a atualização de marcos regulatórios para promover avanços sociais e de cidadania por meio soluções tecnológicas e inovadoras.

Marcelino afirmou, ainda, que, devido à ânsia de os municípios se adequarem às novas tecnologias, o destaque ficou para as empresas de software de gestão. “As smart cities não são, necessariamente, super-hightechs. Às vezes, soluções simples e inovadoras colaboram muito com a população e para que as cidades possam utilizar suas verbas de forma mais eficiente.”

O executivo citou o aplicativo Fala Cidadão, que disponibiliza um serviço de ouvidoria, por meio do WhatsApp, como  ferramenta que está aproximando o cidadão da gestão pública. “Esse tipo de espaço é uma forma de as pessoas não só reclamarem mas também contribuírem para seus municípios. Podem ser feitas desde solicitações para melhoria dos serviços públicos até oferta de ajuda humanitária, em caso de catástrofes naturais”, conclui. 

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