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Empresas começam a eletrificar suas operações logísticas

Por: Mário Sérgio Venditti . 14/06/2023

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Inovação

Empresas começam a eletrificar suas operações logísticas

Investimentos incluem compra e aluguel de veículos comerciais, caminhões e empilhadeiras movidos a bateria

5 minutos, 8 segundos de leitura

14/06/2023

Emiplhadora elétrica
Empilhadeira elétrica da BYD em ação: crescimento de 53% no mercado brasileiro. Foto: Divulgação BYD

Responsável por 12,7% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, o setor de logística arrecada cerca R$ 750 bilhões. Agora, um movimento ainda recente ganha espaço dentro das empresas: a eletrificação das operações. A chamada “logística verde” faz as companhias investirem em veículos e equipamentos eletrificados, como vans, caminhões e empilhadeiras.

“As empresas vão precisar se adequar aos avanços tecnológicos e usar meios para otimizar processos”, acredita Thiago Castilha, diretor de marketing da E-Wolf, empresa de soluções de eletromobilidade. “A eletrificação veio para ficar, e quem não aderir ficará para trás.” Conheça, a seguir, três exemplos de empresas que já atuam no setor.

Pioneirismo da BYD

Desde 2015, a chinesa BYD oferece a tecnologia das empilhadeiras elétricas, que ainda não era conhecida no País. Trata-se da única empresa no mundo que produz o equipamento completo, movido a bateria de íon de lítio.

De lá para cá, a BYD já comercializou 1.600 maquinas elétricas no mercado brasileiro. “Em 2022, as vendas de empilhadeiras elétricas cresceram 53%”, afirma Juliano Cheng, gerente-geral de vendas de empilhadeiras da BYD.

Ele conta que, no ano passado, o mercado nacional absorveu 3.034 empilhadeiras contrabalançadas (chamadas de classe 1), 2.854 empilhadeiras retráteis (classe 2) e 8.689 transpaleteiras (classe 3). “Já o volume de modelos a combustão, que usa bateria de chumbo ácido, caiu 22%”, atesta.

Cheng fala das vantagens das empilhadeiras elétricas: “Elas se movimentam em ambientes externos e internos, sob sol e chuva e em temperaturas frias, sem congelar os líquidos da bateria”. Assim como os automóveis, as empilhadeiras elétricas apresentam manutenção mais barata, dispensando a troca de itens como cabos e velas.

A autonomia é de seis a oito horas de trabalho, mas o operador pode fazer a recarga de oportunidade durante o intervalo de almoço, por exemplo. “A operação dura, em média, duas horas e meia”, salienta.

A vida útil das baterias das empilhadeiras chega a 6 mil ciclos, mas elas têm garantia de cinco anos ou 10 mil horas de trabalho. “Depois de 10 a 15 anos de uso, servem de banco de geração de energia. A partir daí, vão para a reciclagem, processo que reaproveita 80% do material”, revela.

As empilhadeiras da BYD são 100% importadas da China e 50% mais caras que as convencionais. “Se o cliente utilizar o equipamento em três turnos diariamente, o retorno do investimento vem em dois anos”, garante.

Vamos faz locações

A locação de equipamentos elétricos desponta como solução atraente para as empresas que ainda não estão investindo na aquisição. Em 2022, o Grupo Vamos desembolsou R$ 326 milhões na compra empilhadeiras e, no ano passado, 80% de seu estoque era composto por modelos elétricos.

Das 5.334 empilhadeiras locadas, 3.367 são elétricas. No Brasil, a locação de máquinas e equipamentos cresceu 30% em 2021. “Apostamos na eletrificação da frota quando notamos a mudança de comportamento no mercado intralogístico”, explica Gustavo Couto, CEO da Vamos. “Nove em cada dez propostas que desenvolvemos envolvem empilhadeiras elétricas.”

Ele conta que as baterias de lítio mais duráveis, os preços competitivos dos equipamentos e o compromisso das empresas com a sustentabilidade ajudam a alavancar a transição. “A locação potencializa a procura pelas empilhadeiras elétricas, pois o aluguel é mais viável financeiramente”, diz.

O Total Cost of Ownership (TCO), cálculo que indica o custo total da posse, aponta a economia gerada pelas empilhadeiras elétricas. Uma bateria de chumbo gera um custo mensal de R$ 130 por máquina, contra apenas R$ 11 da bateria de lítio.

TB Green cuida da gestão

A empresa de gestão de frotas elétricas para logística de carga dá suporte total ao cliente, a fim de deixá-lo despreocupado na hora de gerir seu negócio. A TB Green adquire os veículos elétricos, cuida da infraestrutura e da manutenção e, a partir do fim do ano, também venderá energia elétrica, com a inauguração de uma usina de 6,6 megawatts-pico, na cidade de General Salgado (SP).

“Temos, atualmente, 700 veículos elétricos – entre vans pequenas, médias e grandes e caminhões – a serviço de empresas de distribuição de mercadorias em todo o País”, revela Carlos Roma, diretor-geral da TB Green.

Ela compra os veículos de acordo com as necessidades dos clientes. No entanto, Roma afirma que a companhia possui em sua frota todos os modelos comerciais elétricos disponíveis no Brasil. “A ideia é oferecer a melhor opção aos parceiros quando fechamos os contratos, que são de 5, 10 e 15 anos. Assim, o cliente planeja seu orçamento a longo prazo”, destaca.

O executivo salienta que a TB Green, comprometida com a descarbonização, enxergou uma ótima oportunidade de negócio. “Diante da falta de incentivos do governo, agimos por conta própria. Em 2022, os resultados foram três vezes melhores em comparação a 2021, e ainda estamos apenas no começo”, assegura.

Infraestrutura de recarga é essencial ao setor

Recarga da E-Wolf em veículo comercial. Foto: Divulgação E-Wolf

O aumento nas frotas e nos equipamentos movidos a bateria no setor logístico traz à tona a necessidade de uma infraestrutura de recarga adequada dentro das empresas.

Antes, a maior dificuldade enfrentada na eletrificação das frotas era com a importação dos carregadores. Em quatro anos, porém, a situação mudou com a atuação de empresas como a E-Wolf, que já atende a cerca de 50 companhias com soluções de eletropostos, carregadores e utensílios para frotas.

“As vantagens de ter veículos eletrificados vão desde a redução da emissão de dióxido de carbono (CO2) até a economia na manutenção”, explica Thiago Castilha, da E-Wolf.

A E-Wolf também se encarrega do monitoramento inteligente dos veículos, analisando rotas versus autonomia da bateria. “A logística move o Brasil; por isso, damos todo o suporte para o cliente realizar seu trabalho sem percalços”, completa.

Para saber mais sobre processos de eletrificação, acesse o canal Planeta Elétrico

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