Entregas com drones estão cada vez mais próximas do dia a dia da população. No final de julho, o Aeroporto Internacional Bao’an, de Shenzhen, na China, realizou um teste de logística aérea de baixa altitude com drones. O objetivo era simular o uso desses veículos aéreos não tripulados em uma entrega de bagagem urgente.
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O pacote desembarcou de um avião no aeroporto e foi levado para um ponto de decolagem de drones. Em seguida, a bagagem percorreu um trajeto de 50 km em 25 minutos, sobrevoando o Delta do Rio das Pérolas sem interferência do trânsito ou do terreno local. Por fim, o volume chegou ao seu destino final, na cidade de Zhongshan.
O potencial das entregas com drones em situações de emergência é grande. A tecnologia pode ser útil, por exemplo, para transportar órgãos com mais rapidez para pacientes que serão transplantados.
“Drones têm o capacidade de transformar a logística na área da saúde, proporcionando entregas mais rápidas e econômicas, além de um menor impacto ambiental. Com o avanço das normas e tecnologias, o transporte de órgãos por drones se tornará uma realidade viável”, afirma Samuel Salomão, presidente da Speedbird Aero, empresa brasileira especializada em drones e suas aplicações logísticas.
A empresa é a primeira a realizar transporte de material biológico com drones no Brasil. No caso, apenas amostras para exames, como urina, sangue e cabelo, receberam autorização para voar. As cidades em que a operação acontece são Salvador (BA) e Belo Horizonte (MG), com entregas entre hospitais e laboratórios.
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Ao mesmo tempo, os drones também ser úteis em ambientes com catástrofes ambientais. “Esses dispositivos são capazes de transportar cargas essenciais, como suprimentos e medicamentos vitais, para equipes de resgate ou comunidades isoladas, onde o acesso por vias terrestres ou aéreas convencionais pode ser difícil ou impossível”, ressalta o especialista.
A Speedbird Aero já realiza entregas com drones em Aracaju (SE), Salvador (BA), Ilhabela, Caraguatatuba, Franca (SP) e Florianópolis (SC). Entre os itens transportados estão comida, amostras biológicas, correspondências e outros.
Salomão acredita que, para o setor decolar no Brasil, é preciso uma mudança na legislação. “É necessária a autorização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) para permitir o sobrevoo de drones em vias, avenidas, pontes e rodovias de baixo movimento, inclusive aquelas exclusivas para pedestres. Atualmente, a regulamentação vigente proíbe o sobrevoo de pessoas não anuentes, o que limita as operações.”
O especialista ressalta que a utilização de drones poderia trazer benefícios, como a redução das emissões, a diminuição do prazo e custo das entregas, e a redução de acidentes e congestionamentos causados por profissionais da área em solo.
Vale ressaltar que a China é o país com o maior volume de entregas em todo o mundo. Neste ano, a nação asiática alcançou a marca de 100 bilhões de pacotes entregues por correio rápido em 13 de agosto, de acordo com a Administração Estatal de Correios (AEC).
O alto volume incentiva o desenvolvimento de tecnologias na área, como veículos autônomos e o uso de drones. “Em algumas cidades, os drones podem entregar pacotes em cerca de 10 minutos”, afirmou a agência de notícias governamental do país em nota. As entregas aéreas com drones estão amplamente presentes em envios leves, como documentos.
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