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Fim do aperto? Metrô cria sistema que pode evitar vagões lotados

Por: Fellipe Gualberto . Há 6 dias
Inovação

Fim do aperto? Metrô cria sistema que pode evitar vagões lotados

Tecnologia irá permitir atuações mais rápidas e certeiras da companhia

3 minutos, 26 segundos de leitura

11/10/2024

Por: Fellipe Gualberto

O sistema criado pelo Metrô de São Paulo busca permitir uma atuação mais inteligente do Centro de Controle e Operação, evitando a superlotação. Foto: Adobe Stock

Os passageiros das Linhas 1-Azul e 2-Verde do Metrô podem ter um alívio em relação aos vagões lotados no horário de pico. Isso porque o Centro de Controle e Operação (CCO) dessas linhas implementou uma novidade: o Sistema Toth, uma tecnologia que monitora a quantidade de pessoas em cada vagão e permite que o Metrô tome decisões assertivas para combater a superlotação.

“A equipe de engenharia do Metrô desenvolveu o Sistema Toth com o objetivo de trazer as informações da cabine do trem para o centro de controle”, afirma Dário de Carvalho, coordenador de estratégias operacionais do Metrô.

O especialista explica que, antes da implantação, em agosto de 2024, o CCO tinha que monitorar, por meio de câmeras, quais vagões estavam mais cheios, verificando vagão por vagão em todos os trens em circulação. Agora, é possível verificar a lotação de todos os trens ao mesmo tempo, segundos após os passageiros embarcarem.

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Como o sistema Toth ajuda a evitar vagões lotados?

Cada barra representa um trem em movimento, as cores vermelha e amarela representam vagões mais lotados. Ao clicar em um veículo é possível saber exatamente qual vagão está cheio. Foto: Divulgação/Metrô

Carvalho definiu a tela acima como “um mapa de calor, onde o operador ‘bate o olho’ e reconhece quantos passageiros estão naquele trem”. Ao perceber que um trem está lotado, o operador pode, por exemplo, direcionar um veículo que chegou ao final da linha e foi esvaziado para as estações que estão à frente no trajeto, evitando uma lotação ainda maior.

“O sistema otimiza o controle e permite criar estratégias. Você sabe o local exato onde inserir um trem vazio”, resume Carvalho. Ele explica que essa tecnologia já está em uso e permite esses ajustes pontuais em momentos de alta lotação.

Ao mesmo tempo, o Sistema Toth também permite que, ao perceber que um dos vagões está cheio, o CCO inverta o fluxo das escadas rolantes na próxima estação. Assim, os passageiros são direcionados para as portas dos vagões mais vazios, evitando o acúmulo em espaços já lotados.

“Na anormalidade [quando os vagões estão cheios], é fundamental que o centro de controle enxergue não apenas trens, mas pessoas”, explica Carvalho. O coordenador do Metrô ainda conta que a Linha 15-Prata pode ser a próxima a receber o sistema. Para a Linha 3-Vermelha, seriam necessárias outras atualizações no sistema da via, por isso, ainda não há previsão para a adoção do sistema.

Outras funções do Sistema Toth

“Se o trem está com algum equipamento com falha, o Sistema Toth sinaliza também”, conta Carvalho. Problemas no ar-condicionado, falhas na abertura das portas e acionamentos do botão de emergência, que antes eram comunicados ao CCO pelo condutor, agora são visualizados em tempo real no computador do centro de operações.

Desse modo, caso uma falha na porta seja detectada, por exemplo, é possível direcionar um técnico para a próxima estação. Assim, quando o trem chegar, um profissional já estará de prontidão para atuar no problema.

Como o Metrô detecta quais vagões estão cheios?

“Existe uma bolsa de ar debaixo dos vagões. Ela garante que o trem fique estável, rente à plataforma e sem um degrau para cima ou para baixo”, explica Carvalho. Por meio dessa bolsa de ar e de sensores instalados nela, o Metrô consegue medir o peso de cada um dos vagões de um trem.

Em seguida, é feita uma conversão. “Medimos o que esse peso representa em quantidade de pessoas, considerando o peso médio do brasileiro. Por fim, determinamos o que aquele peso representa em termos de pessoas na metragem do vagão. Assim, obtemos qual seria a lotação de pessoas por metro quadrado”, esclarece o coordenador do Metrô.

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