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Mobilidade elétrica, limpa do início ao fim  

Por: Ju Cabrini . 27/07/2022

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Mobilidade elétrica, limpa do início ao fim  

Reciclagem, reúso e reparo de baterias de íon-lítio no centro da discussão sobre eletromobilidade

2 minutos, 43 segundos de leitura

27/07/2022

Por: Ju Cabrini

Processo de hidrometalurgia tem eficiência de 97% na reciclagem de baterias de íon lítio. Foto: Getty Images

A necessidade de descarbonização já é aceita como um fato na comunidade global. Por outro lado, a eletrificação dos modais de transporte ainda é permeada por diversas questões. Além do custo dos veículos, proibitivo para grande parte da população, e a falta de infraestrutura em muitas regiões, outro ponto que envolve muita discussão é o descarte das baterias de íon-lítio ao fim de sua vida útil, o que pode demorar cerca de 15 anos. O uso dessas baterias, aliás, é questionado desde o início, por questões ambientais e sociais relativas ao processo de extração do lítio.

O fato é que, só no Brasil, que ainda engatinha no tema eletromobilidade, já existem 90 mil veículos elétricos. No primeiro quadrimestre de 2022, foram comercializadas 12.976 unidades (segundo a ABVE), 78% a mais do que no mesmo período do ano passado. Nos próximos anos, o crescimento será exponencial. E qual será o destino das baterias elétricas?

Mineradora urbana

Pensando em resolver essa demanda, a Energy Source, fundada, em 2016, com o objetivo de fornecer baterias de íon-lítio a baixo custo, adaptou seu plano de negócios para atuar em três pilares: reciclagem, reúso e reparo. Atualmente, o principal fornecedor de baterias ainda é o segmento de eletroeletrônicos. Mas, de acordo com David Noronha, CEO da empresa, a empresa está preparada para começar a receber o produto proveniente dos carros elétricos.

“A frota de elétricos ainda é nova e não tem grande volume para reciclagem ou reúso, mas possuímos capacidade para trabalhar com 50 toneladas, por mês, e estamos expandindo para 100 toneladas. Acreditamos que vai existir demanda para isso”, afirma Noronha.

A Energy Source desenvolveu e patenteou, em parceria com a Unesp de São João da Boa Vista (SP), cidade que também é a sede da empresa, uma tecnologia de reciclagem utilizando a hidrometalurgia (processo que evita queima, desperdício de materiais e emissão de dióxido de carbono), em busca do menor impacto ambiental, um processo escalável e que fosse economicamente viável.

“Começamos a operar, de forma industrial, em janeiro de 2021. Hoje, no Brasil, somos a primeira planta de hidrometalurgia que tem, em todo o seu ciclo, a taxa de eficiência de até 97% de recuperação. Aterro zero e zero emissão de CO2. Somos uma mineradora urbana.” Além do lítio, as baterias possuem níquel, cobre, alumínio, grafite e cobalto.

Entenda o processo

A pirometalurgia, técnica largamente utilizada para a reciclagem de baterias de lítio, baseada na queima do material, é extremamente prejudicial ao meio ambiente, pois, além do baixíssimo reaproveitamento dos materiais, emite grandes quantidades de CO2 – principal gás responsável pelo efeito estufa. A Energy Source utiliza uma combinação de técnicas, protegida por segredo industrial.

Em um primeiro momento, é realizado um processamento que resulta em um produto batizado de Black Mass. Na segunda etapa, esse material é processado, via solução hidrometalúrgica – método químico para separação de metais. Ao término do processo, toda essa matéria-prima é reinserida na cadeia produtiva, fechando o ciclo da reciclagem com êxito. Para entender melhor esse processo, confira o esquema abaixo.

Processo da mobilidade elétrica
Imagem: Getty Image

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