Até o dia 12 de novembro, o mundo estará vivendo um dos períodos mais decisivos de sua história, em razão da realização da COP26, que acontece em Glasgow, no Reino Unido. Essa conferência é considerada por muitos especialistas como a última chance de evitar danos irreversíveis ao meio ambiente devido ao aquecimento global.
Espera-se que todos os países participantes apresentem medidas concretas a serem implementadas para a redução efetiva da emissão de gases de efeito estufa. As medidas são necessárias para cumprir o objetivo do Acordo de Paris de limitar as emissões poluentes para que a temperatura não suba mais de 1,5 grau neste século.
Na abertura da Conferência sobre Transporte Sustentável Global, realizada, em outubro, em Pequim, o secretário-geral da ONU, Antônio Guterres, pediu o fim da produção de veículos com motor a combustão interna, até 2035, aos principais países produtores e, até 2040, aos países em desenvolvimento, como parte de um esforço para descarbonizar, globalmente, todos os meios de transporte, até 2050.
Esse pedido emblemático soma-se a uma série de anúncios de nações que já definiram data para o fim da comercialização de veículos equipados com motores a combustão interna e justifica-se pelo fato de que, atualmente, os transportes são responsáveis por mais de 25% da emissão de gases de efeito estufa no planeta.
O Reino Unido foi pioneiro nesse movimento, definindo o ano de 2030 para a proibição da venda de veículos com motor a combustão interna. Na América Latina, o Chile já determinou o ano de 2035 para que somente seja permitida a venda de veículos leves com emissão zero. A Argentina discute projeto para estabelecer a proibição a partir de 2041.
O carro elétrico já é uma realidade e, rapidamente, irá se sobrepor às tecnologias que utilizam combustão interna. As baterias representam, atualmente, quase metade do custo dos veículos elétricos e seus preços cairão cerca de 77% entre 2016 e 2030, fazendo com que, a partir de 2025, seja mais barato produzir um veículo elétrico do que um com motor a combustão interna.
O estabelecimento de uma data limite para o fim das vendas de veículos movidos a combustão é importante, pois garante previsibilidade e segurança para a realização, por parte da iniciativa privada, dos investimentos necessários à produção e à comercialização dos veículos elétricos, bem como para a implementação de infraestrutura de carregamento.
O mundo adotará a mobilidade elétrica com uma velocidade cada dia maior. Estamos diante de um dos mais profundos redesenhos da indústria automotiva global, o que levará a uma nova distribuição de forças entre os polos produtores de veículos e de autopeças.
Como sociedade, precisamos, urgentemente, discutir se o papel que queremos para o nosso País é o protagonismo no futuro elétrico ou o isolamento no passado a combustão.
Para tanto, é fundamental respondermos a essa questão: ‘Qual a data para o fim dos veículos a combustão no Brasil?