Pesquisador cria sistema para localizar vagas livres nas ruas
Projeto foi desenvolvido em parceria com alunos do Instituto Federal de São Paulo, campus de Catanduva
Quem mora nos grandes centros urbanos sabe que estacionar o carro na rua pode ser uma tarefa desafiadora. Dependendo da região e da concorrência pelas vagas na via, pode-se levar mais tempo rodando à procura de local para estacionar do que para chegar ao destino. Foi pensando em resolver essa questão que Marcio Andrey Teixeira, professor e pesquisador do Instituto Federal de São Paulo (IFSP), começou, em 2015, a trabalhar em um projeto para identificação de vagas com a ajuda da tecnologia.
“A ideia surgiu quando eu estava em São Paulo com dificuldade para estacionar. Então, imaginei um projeto de computação visual que detectasse as vagas”, afirma o pesquisador, membro do Instituto dos Engenheiros Eletrônicos e Eletricistas (IEEE), maior organização técnico-profissional do mundo.
Teixeira, que também leciona no curso técnológico de análise de dados e desenvolvimento de sistemas no campus da IFSP em Catanduva, interior do Estado de São Paulo, começou a idealizar o projeto em 2015. Foi quando decidiu propor a seus alunos o desafio de ajudá-lo no desenvolvimento. “No início, fizemos uma maquete, com a ajuda de dois estudantes: Camila Monteiro e Marcelo Castro. O protótipo nos mostrou que era possível executar a ideia”, conta. Ele lembra que a segunda fase, em 2019, foi uma atualização e que, nesse período, contou com a colaboração de Nicole Dalarmelina, outra aluna.
Depois, era hora de iniciar os testes. Para isso, foram instaladas câmeras no estacionamento do campus da universidade, que estão integradas a um servidor e mostram aos usuários, por meio de um aplicativo, espaços vermelhos ou verdes, indicando se estão ocupados ou livres. “A princípio, fizemos testes em vídeos de estacionamento, previamente gravados, para testar a eficácia da detecção e o envio das informações para aplicação”, diz o professor. Segundo ele, o sistema, que roda atualmente com código e plataforma diferentes da versão inicial, tem trazido bons resultados. “Ainda é um protótipo, mas sabemos que funciona”, afirma o professor.
Evolução
O sistema usa tecnologias de inteligência artificial e de computação de bordo para detectar, por meio das câmeras, as vagas livres para os usuários. “Quando estiver disponível a banda 5G, no Brasil, acredito que o aplicativo poderá ser facilmente adotado pelo mercado”, diz Teixeira. Dois estudantes atuam nessa nova versão do sistema: Rafael Bento Mariano da Silva, que faz o back-end do programa, e Bruna Fernandes Pavin, responsável pelo front-end, ou a criação do aplicativo.
Ainda em desenvolvimento, o sistema já tem chamado a atenção do mercado. “Estamos sendo sondados por parceiros que têm interesse em aplicar em áreas urbanas, como a região central de Catanduva. Nossa intenção é poder integrar com o Google Street View, fazendo o georreferenciamento das vagas disponíveis para que os usuários visualizem onde podem estacionar de forma simples”, explica.
Diminuição das emissões de monóxido de carbono na atmosfera, economia de tempo e de gastos com combustível para o motorista são alguns dos benefícios do sistema. “A melhoria da mobilidade urbana também é um aspecto muito relevante, além da segurança, pois os veículos poderão ser monitorados nas vias com câmeras de alta definição”, finaliza o pesquisador.
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